A Rede de Cidades Criativas (UNESCO Creative Cities Network - UCCN) foi criada em 2004 para promover a cooperação com e entre cidades que identificaram a criatividade como um fator estratégico para o desenvolvimento urbano sustentável. No Brasil, algumas cidades já fazem parte da rede de criatividade da Unesco, como Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC) e Paraty (RJ) em gastronomia; Brasília (DF), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE) em design; Salvador (BA) na música e Santos (SP) no cinema. Agora, a cidade de Maceió também começa a pleitear e criar o projeto, para que no próximo ano, possa realizar sua inscrição junto a UNESCO para tentar o Selo na categoria Gastronomia.

A informação, em primeira mão, foi repassada pela secretaria de Turismo, Esporte e Lazer de Maceió, Patrícia Mourão, que afirmou a importância do selo. “A Rede serve como uma plataforma internacional de intercâmbio e colaboração entre cidades para a implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, notadamente o Objetivo 11 sobre cidades e comunidades sustentáveis. Vamos pleitear um lugar para Maceió em Gastronomia a partir do ano que vem e temos certeza que todo o potencial gastronômico de Maceió vai nos colocar em igualdade de competir com outras cidades concorrentes”.

Atualmente a rede conta com mais de 180 cidades em 72 países. Para tornar-se membro da rede, as cidades interessadas devem enviar uma inscrição ligada a uma das sete categorias criativas e demonstrar seu interesse e capacidade de contribuir para o alcance dos objetivos da rede. As sete áreas criativas são artesanato e arte folclórica, design, cinema, gastronomia, literatura, mídia e música. Para participar efetivamente, cada cidade deve apresentar um plano de ação com projetos, iniciativas ou políticas ligadas aos objetivos da rede e que serão executadas nos quatro anos seguintes. As inscrições ocorrem anualmente e cada país pode endossar até quatro inscrições, das quais a UNESCO elege no máximo duas e em campos criativos diferentes.

Segundo Patrícia Mourão, Maceió escolheu gastronomia pelo grande potencial desse setor, que vem, desde os anos 50, apresentando grande poder de criatividade. Uma trajetória que começou com o famoso Camarão Bar das Ostras, prato tipicamente alagoano que adquiriu fama internacional, cuja receita do ‘Camarão Alagoano – Bar das Ostras’ foi o primeiro bem registrado em Alagoas por meio da resolução do Conselho Estadual de Cultura. Ainda nos anos 50, o antigo Bar das Ostras, que teve sua primeira sede no bairro do Vergel do Lago, foi criado pelos proprietários, Dona Oscarlina e Seu Pedro, comerciante de peixes e crustáceos. Ao longo desses anos a fama da receita se expandiu, o sabor conservou-se inalterado e a receita se manteve em segredo. Trajetória passa ainda pelas Irmãs Rocha, pelas marisqueiras da lagoa, doceiras do Riacho Doce, pelas receitas do Divina Gula, Akuaba e Picui, além dos novos chefs, como Guga rocha.