Saúde
Perigo da mistura entre metanol e destilados
Doutora em Química, Jailma Barros fala sobre como identificar sinais de contaminação e cuidados a serem adotados

O alerta sobre intoxicação por metanol ganha destaque nesta semana no TH Entrevista, com o surgimento de casos suspeitos pela substância no Brasil. Em Alagoas, até agora não houve registro, apesar da divulgação de um suposto caso de um jovem de 22 anos, em Estrela de Alagoas. Após uma reunião com representantes das secretarias municipais, Vigilância Sanitária, SMTT, Guarda Civil Municipal, Assistência Social, Meio Ambiente, Infraestrutura e direção da Unidade de Pronto Atendimento, em Palmeira dos Índios, a notificação foi descartada. Na realidade, o homem teve uma crise asmática grave.
Mesmo sendo descartado, o episódio reforça a importância da prevenção e do conhecimento sobre os riscos da substância, que tem feito várias vítimas no Brasil, inclusive com mortes.
O metanol, também chamado de álcool metílico, é altamente tóxico e pode causar perda de visão, insuficiência renal e até a morte, mesmo em pequenas doses. Segundo dados do Ministério da Saúde, além do caso de Alagoas, já foram confirmados 17 casos em outros estados, com mais de 200 sob investigação, incluindo São Paulo, Paraná, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraíba.
Para orientar o público, o TH Entrevista desta semana recebeu a Dra. Jailma Barros dos Santos, engenheira química e doutora em Química, especialista em bebidas e suas adulterações.
Ela explica como identificar sinais de contaminação e os cuidados que devem ser tomados:
“O metanol não deve estar presente em bebidas para consumo humano. A ingestão, mesmo em pequenas quantidades, pode ser fatal. É fundamental que os consumidores adquiram bebidas apenas de fontes confiáveis e estejam atentos a qualquer alteração no sabor, cor ou cheiro”, alerta a Dra. Jailma.
Além disso, pesquisadores da UFPB desenvolveram uma tecnologia inovadora usando luz infravermelha para detectar metanol em bebidas alcoólicas em segundos. A ferramenta oferece uma alternativa rápida e precisa para proteger os consumidores, mostrando que a ciência tem papel essencial na prevenção de intoxicações.
A Dra. Jailma também detalhará na entrevista: quais são os sintomas de intoxicação, diferenças em relação ao álcool comum, medidas de prevenção e os riscos a longo prazo para quem consome bebidas adulteradas.
“Os sintomas podem começar com dor de cabeça, tontura e náusea, evoluindo para visão turva, dificuldade para respirar e, em casos graves, perda de consciência. Identificar rapidamente esses sinais é essencial para buscar atendimento médico imediato e reduzir riscos graves à saúde”, explica.
Jailma reforça que não acredita que as pessoas que estão misturando o metanol para falsificar bebidas, não saibam do que se trata o produto. “O metanol não é vendido em supermercados e seu acesso é restrito; misturá-lo a bebidas é um ato criminoso. Quem consome não tem culpa, pois não há como identificar a presença da substância apenas pelo gosto ou aparência da bebida. Muitas vezes, o produto é misturado de forma irresponsável, mas o consumidor não tem como perceber os riscos apenas pelo gosto ou aparência da bebida”, concluiu.
A entrevista está disponível no canal do YouTube Portaltribuna e também pode ser acessada no portal Tribuna Hoje.
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