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Real ou imaginação! Quem foi Adeline na história de Ed Gein?

Terceira temporada da franquia Monstro está disponível na Netflix

Por João da Paz com Diário de Séries 03/10/2025 17h48 - Atualizado em 03/10/2025 18h00
Real ou imaginação! Quem foi Adeline na história de Ed Gein?
Real ou imaginação: quem foi Adeline na história de Ed Gein? - Foto: Divulgação/Netflix

A terceira temporada de Monstro (Netflix), sobre a história do serial killer Ed Gein, apresenta uma personagem que chama a atenção. A jovem Adeline Watkins (Suzanna Son) se aproxima do rapaz solitário, vivido por Charlie Hunnam, por sentir que há uma conexão tenebrosa entre eles.

A terceira temporada de Monstro (Netflix), sobre a história do serial killer Ed Gein, apresenta uma personagem que chama a atenção. A jovem Adeline Watkins (Suzanna Son) se aproxima do rapaz solitário, vivido por Charlie Hunnam, por sentir que há uma conexão tenebrosa entre eles.

A presença constante da personagem levanta uma questão inevitável: seria Adeline real ou apenas um fruto da mente conturbada de Ed?


[Atenção: spoilers a seguir]

Na jornada de Ed Gein, a figura de Adeline surge como um enigma. Vizinha e, por vezes, namorada, ela permanece ao lado do assassino mesmo diante de suas atitudes cada vez mais perturbadoras. Ela chegou, em determinado momento, a acompanhá-lo em incursões a cemitérios.

A personagem foi inspirada em uma moradora de Plainfield, Wisconsin (EUA), mas a base documental acerca de sua existência é escassa. “O que sabemos é que, inicialmente, a Adeline verídica dizia ter sido noiva de Ed e que se casariam. Depois, recuou e afirmou ter inventado tudo”, contou o cocriador Ian Brennan, em entrevista à Netflix. A ausência de clareza em torno dessa mulher contribuiu para a aura de mistério que permeia a série.

A Adeline da vida real afirmou à imprensa que jamais entrou na casa de Ed, local onde a polícia encontrou restos humanos e um altar macabro em homenagem à mãe falecida do assassino. Já o serial killer nunca comentou publicamente sobre o envolvimento com Adeline, deixando em aberto até hoje a extensão real dessa relação.

Real ou fruto da imaginação?

Brennan e Ryan Murphy (showrunner) chegaram a considerar revelar, no episódio final, que Adeline não passava de uma invenção do protagonista. Desistiram, porém, por entender que tal escolha enfraqueceria a carga emocional construída ao longo da história. “Para mim, ela é real”, defendeu Brennan.

Nem todos os envolvidos no projeto compartilham da mesma visão. Charlie Hunnam disse que sempre enxergou a personagem como uma projeção: “Minha leitura é de que ela representa, em grande parte, uma fantasia de Ed. Ele encontra nela, seja na realidade ou em sua mente, uma espécie de alma gêmea capaz de compreender seus impulsos mais primitivos.”

Na narrativa, Adeline se torna essencial para a escalada de delírios que moldaram o comportamento de Ed. É por meio dela que ele entra em contato com a história de Ilse Koch, conhecida como a “A Cadela de Buchenwald”, interpretada em sequências oníricas por Vicky Krieps. A fascinação pela criminosa nazista inspira o assassino a esfolar vítimas e transformar pele humana em mobília.

A própria Adeline também é impactada por esse mergulho no grotesco. Em busca de um futuro distante da rotina sombria de Wisconsin, parte para Nova York tentando trabalhar com um renomado fotógrafo policial, mas acaba rejeitada.

Para Brennan, essa trajetória reflete a espinha dorsal da série: “Ela encarna o tema central da produção, que é o alerta sobre o que vemos e consumimos. As imagens podem ser corrosivas, permanecer em nós e nos transformar.”

Assim como Ed, Adeline acaba atraída para um labirinto sinistro, no qual realidade e fantasia se confundem perigosamente. •



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