Saúde

Central de Transplantes registra aumento de mais de 400% no número de doações de órgãos em Alagoas

Como principal parceiro, o HGE foi homenageado com a distribuição de placas para os setores mais envolvidos na captação

Por Thallysson Alves / Ascom Sesau 02/10/2025 00h30 - Atualizado em 02/10/2025 01h03
Central de Transplantes registra aumento de mais de 400% no número de doações de órgãos em Alagoas
Servidores foram homenageados por contribuírem efetivamente com a eficiência das ações - Foto: Juliete Bezerra / Ascom Sesau

A Central de Transplantes divulgou, na terça-feira (30/9), no Hospital Geral do Estado (HGE), o aumento de mais de 400% no quantitativo de doações de órgãos em Alagoas, quando os dados dos anos de 2023 e 2024 são comparados. Também foi observada a elevação de quase 300% no número de notificações sobre casos suspeitos de morte encefálica. Estatísticas que comprovam a atenção e o engajamento das equipes multidisciplinares quando a missão é salvar vidas.

Conforme a Organização de Procura de Órgãos (OPO), durante o ano de 2023 foram contabilizados 97 casos de potenciais doadores, mas no ano seguinte esse montante subiu para 286. Os diagnósticos confirmados de morte encefálica também cresceram de 36 (em 2023) para 164 (em 2024). A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) registrou 39 captações de órgãos no ano passado e sete em 2023.

“Isso reflete vários fatores, entre os quais estão a evolução planejada da capacidade técnica dos nossos servidores, alcançada por meio de vários cursos de captações promovidos, a compreensão dos profissionais sobre o respeito ao fluxo da doação de órgãos, a quebra de tabus sobre o assunto após campanhas, uma maior conscientização das famílias sobre a importância de autorização a doação, mais pessoas se declarando doadoras e, principalmente, mais confiança no processo”, acredita a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos.

O coordenador médico do HGE, Elton Leandro, lembra que os critérios para identificar a morte encefálica são rígidos, sendo necessários dois exames clínicos com intervalos que variam de acordo com a idade dos doadores, feitos por médicos diferentes. Além disso, o protocolo exige precisão, padronização e que esteja susceptível a ser feito em todo o território nacional.

“A gente espera que essa adesão à doação de órgãos cresça cada vez mais e que nossos profissionais permaneçam qualificados para atuarem quando precisarmos. Fazer esse trabalho da Central de Transplantes de Alagoas e da OPO diariamente não é fácil, por isso é importante agradecer a cada servidor que ajuda com essa missão que também é de salvar mais vidas”, declarou o coordenador médico.

Durante a explanação no evento, a coordenadora de enfermagem da OPO, Paula Larissa, lembrou que o diagnóstico de morte encefálica é obrigatório e é um direito da família, que já está vivendo um momento de aflição. Contudo, ela pede aos demais profissionais que também ajudem no processo, agilizando procedimentos, evitando comentários impertinentes e agindo de forma acolhedora com quem foi obrigado a viver o luto.

“Cada um de nós pode ser um milagre, basta querermos isso. É importante que as pessoas avisem à família sobre o seu posicionamento quanto a doação de órgãos. Receber a notícia da morte encefálica é muito doloroso, mas converter esse momento ruim em esperança para outras pessoas pode ser um conforto. E todas as pessoas beneficiadas pelas atitudes que viabilizaram o transplante agradecem pela oportunidade de recuperar a vida”, acrescentou a coordenadora de enfermagem da OPO.

Diferentes setores do HGE foram homenageados pela importante contribuição com a diminuição na lista de espera pelo transplante. Placas foram distribuídas, mais esclarecimentos foram dados e a expectativa é que nos próximos dias surjam mais histórias de superação, de empatia, de gratidão e de orgulho.