Saúde
Inca prevê 690 casos de câncer de mama até o final do ano em Alagoas
Doença que afeta milhares de mulheres anualmente pode ter cura de 95%, caso seja detectada ainda nos estágios iniciais

Até o final de 2025, uma média de 690 alagoanas poderá ter desenvolvido câncer de mama ao longo do ano. A estimativa é do Instituto Nacional de Câncer (Inca) que explicou que como a doença ainda não é, na prática, de notificação obrigatória junto ao Ministério da Saúde, os números correspondem a uma média divulgada a cada três anos. O estado ocupa a 20ª posição no ranking nacional das estatísticas sobre câncer de mama.
Os cálculos aproximados referem-se ao triênio 2023/2025, sendo que os números devem ser considerados isoladamente, em cada um dos anos desse intervalo.
As hipóteses numéricas de novos casos para o próximo ano ainda não foram divulgadas pelo Inca. A previsão é que isso ocorra em fevereiro de 2026.
As estimativas do Inca apontam o câncer de mama como o mais incidente na população feminina do Brasil, ocupando o primeiro lugar, excetuando-se o câncer de pele não melanoma, com 73.610 novos casos em cada ano do triênio 2023/2025, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos a cada 100 mil mulheres.
Ainda conforme o Inca, em 2023, (ano mais recente que consta do Atlas de Mortalidade), o câncer de mama vitimou fatalmente 20.165 mulheres em todo o país. As estimativas do INCA não fazem recorte por faixas etárias.
A Rede Feminina de Combate ao Câncer de Mama está atendendo, no momento oito mulheres. Em outras ocasiões já chegou a atender 40 simultaneamente, afirmou a coordenadora Claudete Peixoto Costa Quintela Bulhões.
A médica mastologista e cirurgiã oncoplástica, Lígia Teixeira, afirmou que a idade média de diagnóstico de câncer de mama no Brasil deve cair nos próximos anos porque, cada vez mais, mulheres mais jovens estão sendo diagnosticadas com câncer de mama.
Segundo a médica, alguns entraves distanciam as mulheres do diagnóstico precoce da doença, tais como a desinformação, o medo da dor no exame de mamografia e o medo de saber que tem câncer.
“Hábitos saudáveis como a prática de exercícios físicos, alimentação equilibrada, rica em alimentos naturais e pobre em açúcar, por exemplo, evitar obesidade, que é um fator de risco conhecido para câncer de mama, ter uma boa qualidade de sono e evitar o consumo exagerado de bebida alcoólica são algumas medidas necessárias para ajudar a evitar o câncer de mama”, enumerou Lígia Teixeira.
As chances de cura giram em torno de 95%, quando doença é detectada precocemente. O incentivo ao diagnóstico precoce ganhou um grande aliado no último dia 23, quando o Ministério da Saúde anunciou a redução na faixa etária indicada para realizar, de forma gratuita, exames de mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Agora, mesmo sem sinais ou sintomas de câncer, mulheres de 40 a 49 anos poderão fazer o exame. Essa faixa etária concentra 23% dos casos da doença e a detecção precoce aumenta as chances de cura.
A mamografia é o exame de rastreamento recomendado para mulheres, com o objetivo de ajudar a detectar tumores mamários antes que se tornem palpáveis.
OUTUBRO ROSA
A medida é uma vitória coletiva para as mulheres com a proximidade do “outubro rosa”, expressão mundialmente conhecida como sinal de alerta e conscientização das mulheres na luta contra o câncer de mama.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, toda mulher tem entre 10% e 12% de chance de desenvolver câncer de mama durante a vida. Por isso, a entidade recomenda que a partir dos 40 anos, as mulheres passem a fazer as primeiras e sucessivas mamografias anuais. Este é o exame essencial para o rastreamento de câncer de mama.
Desde 2008, a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que o rastreamento mamográfico seja iniciado aos 40 anos, em frequência anual, posição defendida com base em evidências científicas e na realidade epidemiológica do país.
Os tipos de câncer de mama mais agressivos acontecem entre os 40 e 50 anos. Um levantamento, também validado pela Sociedade Brasileira de Mastologia, revela aumento do número de casos graves da doença entre mulheres com 70 anos de idade ou mais. Outro levantamento aponta uma situação contrastante, e não menos preocupante com relação ao “rejuvenescimento” da doença: a incidência do câncer de mama entre pacientes mais jovens. Segundo dados analisados pela SBM, há crescimento de população abaixo de 49 anos com diagnóstico de câncer de mama no Brasil.
CÂNCER DE MAMA
Não há uma causa única para o câncer de mama. Diversos fatores estão relacionados ao desenvolvimento da doença entre as mulheres, como envelhecimento, determinantes relacionados à vida reprodutiva da mulher, histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e exposição à radiação ionizante.
Em 2024, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou aproximadamente 4 milhões de mamografias para rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos.
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