Saúde

Setembro Roxo conscientiza e combate doença de Alzheimer

Tema da campanha da Abraz durante este ano é “Pergunte sobre Demência”

Por Valdete Calheiros – colaboradora / Tribuna Independente 06/09/2025 08h38 - Atualizado em 06/09/2025 10h27
Setembro Roxo conscientiza e combate doença de Alzheimer
Abraz acolhe familiares e cuidadores de portadores de Alzheimer - Foto: Divulgação

O mês de setembro é roxo em alusão ao combate e conscientização sobre a doença de Alzheimer. O Dia Mundial e Nacional de Conscientização sobre o Alzheimer é celebrado no dia 21 deste mês, com o objetivo de informar à população e combater o estigma associado à condição.

Neste ano, o tema da campanha é “Pergunte sobre Demência. Pergunte sobre Alzheimer”. A celebração em torno da data acontece simultaneamente em mais de 120 países.

A doença é a 7ª principal causa de morte no mundo e, em um número crescente de países, já é a principal causa de morte. A estimativa da Abraz/AL (Associação Brasileira de Alzheimer, em Alagoas) é de que um a cada grupo de 35 idosos terá Alzheimer.

De acordo com o médico geriatra Denis Melo, diretor-científico da Abraz/AL, no Brasil estima-se que aproximadamente 8,5% da população com 60 anos ou mais conviva com algum tipo de demência, incluindo o Alzheimer.

Em Alagoas, assim como no restante do país, não há dados oficiais sobre quantas pessoas têm a doença, nem na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e nem na secretaria de Saúde de Maceió, uma vez que o Alzheimer é não é uma doença de notificação obrigatória junto ao Ministério da Saúde. Pesquisadores e autoridades públicas trabalham em cima de estimativas.

Segundo o geriatra Denis Melo, aproximadamente 8,5% da população brasileira com 60 anos ou mais convive com algum tipo de demência (Foto: Arquivo pessoal)

Conforme Denis Melo, a doença de Alzheimer é uma realidade presente e crescente. A perspectiva é que os casos da doença tripliquem até 2050. “Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento populacional, a prevalência da doença tem aumentado significativamente, tornando-se um desafio atual e maior ainda futuro”, explicou o geriatra, que completou que Doença de Alzheimer afeta mais mulheres do que homens. Cerca de 2/3 das pessoas vivendo com demência são mulheres.

“Estudos indicam que a prevalência é maior no sexo feminino, possivelmente devido à maior expectativa de vida das mulheres e as alterações hormonais relacionadas a menopausa”, esclareceu.

APOIO DA FAMÍLIA

A professora Ana Patrícia Lins Pacheco Vasconcelos, 56 anos, prestes a completar 57 no domingo (7), cuidou da mãe, Maria Isabel Lins Pacheco, desde o dia do diagnóstico, quando a mãe tinha 78 anos, até seu último suspiro, aos 84 anos, no último dia 04 de agosto.

“Até ano passado, minha mãe falava, mas já sem nexo, andava com ajuda de andador porque caiu e ficou com insegurança para andar. A princípio ela fazia tudo com supervisão, ou seja, nada sozinha, sempre tive cuidado também dela não se sentir inútil por isso deixava ela fazer as coisas, mas sempre estava de olho. Ela sofreu duas quedas. Na primeira, teve que fazer uma cirurgia no punho e ombro. Como não podia mais fazer essas atividades, eu sempre inventava algo para sair com ela que gostava muito de passear”.

Ana Patrícia Lins diz que apoio da família é fundamental; sua mãe Maria Isabel, com o andador na foto, faleceu em agosto (Foto: Arquivo pessoal)


Abraz

A vice-presidente da entidade em Alagoas, Maria José de Souza Florencio, explicou que a associação acolhe familiares e cuidadores de pessoas com a doença de Alzheimer. A Abraz trabalha com dois grupos de apoio social e emocional com reuniões mensais.

Um dos grupos de apoio se reúne na Paróquia São Pedro Apóstolo, na Ponta Verde. Os encontros acontecem às segundas segundas-feiras de cada mês, às 18h30.

O grupo de apoio Ambesp/Uncisal funciona no auditório do ambulatório, localizado à Rua Pedro Monteiro, 347, no Centro. Os encontros acontecem às terceiras quartas-feiras de cada mês, às 09 horas.

Alzheimer

A Doença de Alzheimer é um distúrbio neurodegenerativo progressivo. Atua como a principal causa de demência no mundo e uma grande causa de mortes no Brasil. O acompanhamento multiprofissional e transversal do paciente com Alzheimer é essencial para reduzir a morbimortalidade associada a essa patologia.