Saúde

Oncologista destaca fatores de risco e sinais de alerta para a prevenção ao câncer de mama

Estimativas indicam que até 2025 haverá mais de 73 mil novos diagnósticos de câncer de mama no Brasil

Por Assessoria 20/10/2024 20h05
Oncologista destaca fatores de risco e sinais de alerta para a prevenção ao câncer de mama
Divaldo Alencar, Oncologista - Foto: Divulgação

Voltado exclusivamente para a campanha mundial sobre a conscientização e prevenção do câncer de mama, o Outubro Rosa busca alertar a população sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, que é a principal causa de morte por câncer em mulheres no Brasil. A descoberta antecipada, além de aumentar as chances de cura, permite um tratamento menos invasivo, com cirurgias menores e, às vezes, sem a necessidade de tratamentos complementares, como a quimioterapia.

Além disso, o objetivo da campanha é quebrar tabus e desmistificar a doença, ao mesmo tempo em que incentiva a busca ativa de mulheres acima de 40 anos ou que já possuam casos semelhantes na família. O assunto se torna ainda mais imprescindível quando a pesquisa “Câncer de Mama no Brasil: Desafios e Direitos”, realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), revela que metade das mulheres entre 40 e 49 anos não realizaram mamografia nos últimos 18 meses, quando o recomendado é o exame anual para essa faixa etária.

No Brasil, essa mobilização é especialmente importante devido à alta incidência de novos casos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que, até 2025, serão registrados 73.610 novos casos de câncer de mama, o que corresponde a uma taxa de 66,54 casos para cada 100 mil mulheres, resultando em aproximadamente 18 mil mortes.

Embora menos frequente, a doença também pode afetar homens, representando cerca de 1% dos casos diagnosticados.

De acordo com o oncologista clínico e coordenador médico da Oncologia e Centro de Terapia Assistida (CTA) da Unimed Maceió, Divaldo Alencar, a prevenção do câncer de mama é essencial e pode ser alcançada através da adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de atividade física, a manutenção de um peso adequado e a abstinência do tabagismo.

Além disso, é fundamental que as mulheres consultem seus médicos e realizem os exames de imagem recomendados, além da mamografia, como a ultrassonografia das mamas.

FATORES DE RISCO - Os principais fatores de risco associados ao câncer de mama incluem questões hormonais, comportamentais, ambientais e hereditárias. A idade é um fator significativo, pois mulheres acima de 50 anos apresentam um risco maior de desenvolver a doença, devido ao acúmulo de exposições ao longo da vida e às alterações naturais do envelhecimento celular.

Há fatores hormonais que merecem destaque, como, por exemplo, ter a primeira menstruação antes dos 12 anos, passar pela menopausa após os 55 anos, nunca ter tido filhos ou ter o primeiro filho depois dos 35 anos, além do uso de hormônios após a menopausa.

Embora existam casos de câncer de mama que são hereditários, eles representam apenas uma pequena fração — menos de 15% — de todos os diagnósticos.

O oncologista Divaldo Alencar alerta sobre os sinais que merecem atenção em relação à saúde das mamas. “Qualquer alteração na forma e simetria das mamas deve ser observada, assim como o aumento de volume ou mudanças na aparência da pele, como uma textura semelhante à casca de laranja”.

Além disso, é importante ficar atento a nódulos ou caroços que possam ser sentidos nas mamas ou nas axilas, independentemente da época do ano. A presença de secreção pelos mamilos também é um sinal de alerta. “Se qualquer um desses sintomas aparecer, a mulher deve procurar uma unidade especializada o quanto antes”, informou.

O serviço de Oncologia e Centro de Terapia Assistida (CTA) da Unimed Maceió conta com uma rede multidisciplinar para oferecer atendimento completo às pacientes com câncer de mama.

Paciente da Unimed há mais de 40 anos, a comerciante Ivanilda Teixeira, 59 anos, descobriu uma neoplasia de mama em 2016, após sentir nódulos nos seios durante o autoexame. “Cada abraço recebido pela equipe se tornou um processo de cura, para aquilo que, no primeiro momento, pareceu um atestado de óbito antecipado”. De acordo com ela, durante o momento mais conturbado da sua vida, ter uma equipe dedicada fez toda a diferença, pois não só sua saúde física foi levada em consideração, mas, também, a urgência do apoio emocional.

Além disso, o acompanhamento de fisioterapeutas ajudou Ivanilda a manter a mobilidade e o bem-estar durante a recuperação, enquanto os psicólogos a ajudavam a enfrentar os desafios emocionais da doença. Essa junção possibilita, também, que o paciente oncológico possa ter qualidade de vida durante o tratamento.

Apesar do período turbulento e das incertezas que a doença trouxe, Ivanilda recorda essa fase com serenidade. “Me senti super acolhida, como se estivesse em uma família. Eu adorava estar com essas companhias a cada 21 dias. Nunca precisei passar por mais de uma punção. As enfermeiras têm mãos leves, e minha doutora foi e continua sendo excepcional até hoje”.

A beneficiária ressaltou a importância de reconhecer que, embora haja momentos que não podemos controlar, é essencial não negligenciar a saúde. "Faço minhas revisões anuais e, hoje, estou ótima. A quimioterapia deixa sequelas, mas a resiliência é essencial", finaliza ela.

MITOS E VERDADES - Ainda há muitas dúvidas sobre o câncer de mama. Para desmistificar alguns conceitos, o oncologista da Unimed Maceió elencou mitos e verdades mais comuns:

O câncer de mama é sempre hereditário?


Mito. Apenas uma minoria dos cânceres de mama está relacionada a fatores genéticos hereditários, sendo menos de 15% dos casos.

O câncer de mama é causado por desodorantes ou antitranspirantes?


Mito. Não há comprovação científica dessa causalidade.

Mulheres com seios pequenos não podem ter câncer de mama?


Mito. O risco não depende do tamanho das mamas. Inclusive homens, que têm a mama muito menor, também podem ter câncer de mama.

Apenas mulheres mais velhas precisam se preocupar com o câncer de mama?


Mito. O risco realmente é maior após os 50 anos de idade, mas a doença pode ocorrer em idades mais precoces, principalmente nos casos com forte história familiar/genética.

Uma biópsia pode espalhar o câncer?


Mito. A biópsia não traz esse risco.