Saúde

Farmácias devem ofertar testes rápidos nos próximos 15 dias em Alagoas

Estimativa do CRF é que exames rápidos para Covid-19 custem entre R$ 99 e R$ 250

Por Texto: Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 30/04/2020 09h17
Farmácias devem ofertar testes rápidos nos próximos 15 dias em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
A oferta de testes rápidos para Covid-19 em farmácias de Alagoas deve ocorrer nos próximos 15 dias. A informação é do Conselho Regional de Farmácia (CRF-AL). O presidente da entidade, Robert Nicácio afirma, no entanto, que apenas uma minoria das farmácias no estado estaria apta a fornecer o exame. Com o anúncio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de liberação dos testes rápidos nas farmácias de todo o país, já há registro de demanda pelos testes nas farmácias em Alagoas, segundo Robert. Entretanto, apenas as farmácias com autorização para realizar exames rápidos podem oferecer o teste para o novo coronavírus e essa oferta só deve ocorrer depois que os estoques das farmácias sejam abastecidos. “As empresas que estiverem em dia com as Vigilâncias Sanitárias de estados e municípios vão precisar adquirir de seus fornecedores, vai precisar ter uma sala especial para fazer isso e precisam estar totalmente adaptadas à realidade da pandemia para começar a atuar. Para a farmácia que já tem estrutura e autorização para fazer testes rápidos o início deve ser imediato, no máximo em 10 ou 15 dias quando estiverem com estoques disponíveis, acredito que entre uma semana e quinze dias já estejam fazendo”, avalia. Robert Nicácio explica que no estado, as farmácias que já dispõe do chamado “consultório do farmacêutico” estão em menor número e geralmente são de grandes redes. “As grandes redes estão aptas, mas se elas vão querer fazer em todas ou como vai ser feito não sabemos. As que já têm consultório farmacêutico é uma grande minoria. A tendência é que as farmácias de rede, as grandes redes façam a adesão aos testes rápidos”, pontua. Os valores do teste rápido em farmácias podem variar entre R$ 99 e R$ 250. “O que passaram para a gente é que vai custar entre R$ 99 e R$ 250 por teste, mas isso vai depender da oferta e da procura, que a gente sabe que a procura vai ser grande. Nos grandes centros, São Paulo e Rio de Janeiro onde há um número maior de testes disponíveis o valor deve ser menor. Em Alagoas, onde a gente sabe que vai ter um número menor de farmácia disponibilizando vai ficar mais caro principalmente considerando os impostos e o quanto cada farmácia vai querer lucrar com isto”, pontua Nicácio. O teste rápido é indicado para identificar se há anticorpos no organismo contra o novo coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, o exame serve como um auxiliar na identificação da doença e há risco de que um resultado falso negativo ocorra. A infectologista Luciana Pacheco ressalta que os testes rápidos servem como um complemento a outras medidas, devido a eficácia dos resultados. “Eles servem para testar a imunidade da pessoa. Então a partir do 5º, 7º dia de doença acredita-se que começa a parecer a imunidade IGM o que significa que o vírus fez com que o organismo produzisse esse anticorpo. Então é um teste que vai ser feito para entendimento da imunidade, de quantas pessoas foram de fato infectadas. Tudo isso é muito novo em relação ao coronavírus. O que a gente tem lido é que eles [testes rápidos] não têm 100% de garantia. Pode ter uma sensibilidade baixa, e pode dar um falso negativo. Ou seja, a pessoa ter tido a doença e não acusar. Como acontece por exemplo num caso de dengue. Significa que a pessoa teve doente, mas não apareceu no exame, os estudos mostram que pode ter uma sensibilidade mais baixa, em torno de 40%.” Anvisa: comercialização é temporária e excepcional Segundo informações da Anvisa, a decisão de permitir a venda de testes rápidos em farmácias tem caráter “temporário e excepcional” a fim de ampliar a rede de testagem e reduzir a demanda nos atendimentos públicos. “O diagnóstico de Covid-19 não deve ser feito por uma avaliação isolada dos resultados dos testes rápidos. No estágio inicial da infecção, falsos negativos são esperados, em razão da ausência ou de baixos níveis dos anticorpos e dos antígenos de Sars-CoV-2 na amostra. E o resultado do teste positivo indica a presença de anticorpos contra o Sars-CoV-2, o que significa que houve exposição ao vírus, não sendo possível definir apenas pelo resultado do teste se há ou não infecção ativa no momento da testagem”, define a Agência. EXIGÊNCIAS Robert Nicácio pontua ainda que as exigências para a realização do exame nos estabelecimentos vão desde a execução por um farmacêutico até a regulação de clientes e utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “O teste só pode ser feito pelo profissional farmacêutico e as farmácias têm que estar em consonância com a RBC 44 que é uma norma da Anvisa que fala sobre a boa prática nas farmácias e a oferta de serviços farmacêuticos. E diante da situação de pandemia, deve-se tomar cuidado com as medidas de isolamento social, de controle de clientes, evitar aglomerações nas farmácias, fornecer EPIs. O farmacêutico vai realizar o procedimento e uma espécie de anamnese para saber algumas informações do paciente”, destaca.