Saúde

Sateal irá acionar MPE sobre ameaças a profissionais de Unidade Básica de Saúde

Servidores da Hamilton Falcão relatam episódios de violência a entidades

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 03/08/2018 08h19
Sateal irá acionar MPE sobre ameaças a profissionais de Unidade Básica de Saúde
Reprodução - Foto: Assessoria
O presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem (Sateal), Mário Jorge Filho, afirmou à reportagem da Tribuna Independente que a entidade irá acionar o Ministério Público Estadual (MPE) para cobrar providências em relação às ameaças e agressões sofridas esta semana por profissionais da Unidade Básica de Saúde Hamilton Falcão, situada no bairro do Benedito Bentes, em Maceió. Os episódios de violência são recorrentes, segundo Mário Jorge Filho. O último ocorreu na quarta-feira (1º) quando uma mulher que teria se identificado como “esposa de traficante” exigiu atendimento diferenciado, chegando a ameaçar os funcionários que se recusassem a atendê-la. Após a ocorrência, um funcionário da farmácia da unidade foi agredido verbal e fisicamente. Ainda de acordo com o sindicalista, o diretor da unidade estaria afastado também por sofrer agressões de usuários. “Nós estivemos hoje no local e encontramos os trabalhadores em polvorosos, chorando, foi a cena que encontramos, cenas de terror mesmo. Procuramos conversar com o diretor da unidade, mas a informação repassada foi a de que o diretor da unidade estaria afastado após sofrer agressões físicas. Esta é a realidade”, diz o presidente do Sateal. Além do presidente do sindicato, integrantes do Comitê de Valorização do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-AL) estiveram na unidade de saúde Hamilton Falcão na manhã de ontem (2). Eles orientaram os servidores a realizar Boletim de Ocorrência e irão utilizar os documentos para ingressar com denúncia no MPE. “Ontem foi registrado, já por conta disso [ameaça] a agressão e um profissional da farmácia e nós pedimos para que todos façam o Boletim de Ocorrência já para fazer uma solicitação em nível de urgência. Também solicitamos uma audiência com a Secretaria Municipal de Saúde. A gente orientou os servidores que providenciem os BO’s até amanhã de manhã para que a gente possa dar entrada na parte judicial bem fundamentado”, diz Mário Jorge. REFORÇO POLICIAL Em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o órgão informou que orienta os servidores para os casos de violência envolvendo usuários. “A orientação repassada a todas as unidades do município é de que, em qualquer situação de ocorrência policial – ameaça, agressão ou assalto – seja registrado o devido Boletim de Ocorrência (BO), informando formalmente às autoridades do ocorrido para que as providências cabíveis sejam adotadas, já que a questão se refere à segurança pública, área de competência estadual. No caso específico do ocorrido na US Hamilton Falcão, as equipes de imunização e enfermagem já realizaram esse procedimento na manhã de hoje [ontem] (2)”, diz a pasta municipal por meio de nota. Ainda de acordo com a SMS, providências como o reforço na segurança são previstas nestes casos. “A SMS esclarece que mantém contato com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e também com a Guarda Municipal sobre a ocorrência dessas situações - especialmente em unidade localizadas em áreas de maior vulnerabilidade ou risco - para que sejam reforçadas as rondas e haja reforço policial nesses locais, e se adotem as medidas necessárias”, afirma. No entanto, Mário Jorge Filho critica o posicionamento da pasta. Segundo ele, é preciso que o poder público atue de forma mais rigorosa para salvaguardar a vida dos profissionais. “Para a gente a orientação que a gestão está passando é muito pouco. O Município tem que fazer mais e urgente. Esses servidores correm o risco de ter uma lesão muito mais grave do que está se colocando. Não é só a questão emocional, um palavrão dito pela comunidade ou um empurrão, mas sim a questão de colocar em risco aqueles profissionais que estão lá dentro. O Município tem que ser mais incisivo, tomar uma posição urgente, no sentido de colocar segurança, solicitar segurança armada também pelo Comado Geral da Polícia para as unidades do Benedito Bentes”, pontua.