Saúde
Obesidade atinge 21% dos maceioenses
Percentual ultrapassa média nacional; além disso, mais da metade dos alagoanos são considerados acima do peso
Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que 21,1% da população de Maceió é considerada obesa. O número está acima da média nacional. Em todo o país a prevalência de obesidade cresceu 60% nos últimos dez anos, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, atingindo quase um em cada cinco brasileiros.
O endocrinologista Edson Perrotti alerta que mais da metade dos alagoanos está acima do peso. O problema, segundo ele, preocupa e reforça a necessidade dos cuidados com a saúde e segurança alimentar.
“Existe um crescimento no Brasil todo da obesidade e do sobrepeso. Alagoas tem um índice maior que o do Brasil de obesidade e excesso de peso. Em Maceió chega a mais que 20%. E mais de 50% da população alagoanas está com excesso de peso. É uma preocupação muito grande, porque mostra que a população está perdendo hábitos saudáveis como a ingestão de frutas, hortaliças e verduras cinco vezes na semana”, esclarece o médico.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense 2015), identificou que 7,8% dos adolescentes das escolas entre 13 e 17 anos estão obesos, sendo maior entre os meninos (8,3%) do que nas meninas (7,3%). Já entre crianças, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008/2009 indicou prevalência de excesso de peso de 34,8% e de obesidade 16,6% em crianças na faixa de 5 a 9 anos.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) explica que a prevalência da obesidade é um problema de saúde pública que desencadeia diversas patologias a hipertensão arterial, que pode ocasionar doenças como o infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e alguns tipos de câncer.
Segundo a Sesau, algumas estratégias são desenvolvidas para conter o avanço da obesidade. “As estratégias para prevenção e tratamento deste problema de saúde pública são desempenhadas pelas secretarias municipais de saúde, por meio dos núcleos de promoção da saúde, que incentivam a prática de exercícios físicos, de uma alimentação saudável e da criação de grupos de convivência e das academias de saúde, equipamentos que são financiados pelo Ministério da Saúde (MS)”.
Preocupados com corpo, alguns investem pesado na malhação para evitar problemas. É o caso do porteiro Cláudio Caetano, de 41 anos.
Segundo Cláudio os exercícios fazem parte da rotina. Ele diz nunca ter tido problemas com o peso, mas que a preocupação com a saúde é o maior incentivador.
“Já me acostumei a fazer exercícios diariamente. Apesar de nunca ter brigado com a balança me ajuda bastante a manter a saúde em dia”, conta.
Outro que não abre mão dos exercícios físicos de olho na saúde é o professor Milton da silva de 48 anos.
“Há cinco anos pratico esportes todos os dias, eu gosto muito de jogar bola, mas também malho e corro”, diz.
Alimentação também é preocupação
Quem afirma não se preocupar com peso, balança e alimentação é Lucimar da Silva, de 52 anos.
“Como sem preocupação, para ser feliz. Não tenho essa preocupação com o peso, apesar de fazer academia. Como estou em férias e viajando, aproveito essa folga para comer tudo que tem direito”, diz.
Já Neide da Costa, de 32 anos aproveitou a folga para levar os sobrinhos para lanchar, mesmo afirmando que a alimentação não é uma neurose, ela conta que uma outra sobrinha de 8 anos pesa 54kg, o que assusta a família.
“Estes meus sobrinhos são sem problema. Normalmente me preocupo, é difícil comer besteira. Mas tenho uma sobrinha de 8 anos com 54kg que come bastante. Se deixar, come uns três pães no café da manhã, come sem limites. Alguns acham que é normal, mas para mim não é”, afirma.
RECOMENDAÇÕES
O endocrinologista explica é preciso uma melhora nos hábitos alimentares que a população comece a ser incentivada a ingerir alimentos saudáveis e que contribuam para a perda de peso.
“Tem que haver um incentivo para hábitos saudáveis, prática de atividade física regular, planos melhores de segurança alimentar e nutricional para frear o avanço da obesidade”, reforça.
Deve haver, segundo o médico, uma combinação entre alimentação saudável e prática de exercícios. Tal orientação se estende para o restante da população, considerada normal de acordo com o peso.
“Na verdade as orientações não cabem apenas para a população com sobrepeso, mas servem para toda a população. Claro que a população com sobrepeso tem orientação específica, mas por exemplo, é um binômio de atividade física e alimentação. A alimentação tem que ser saudável e normocalórica. Isto é, quantidade de ingestão de calorias igual a de perda, isto para pessoas com peso normal. Já para pessoas com sobrepeso, essa regra se altera, é preciso comer menos e praticar mais atividade física, regularmente para chegar alcançar a perda calórica”, pontua Perrotti.
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