Saúde

Dia Nacional da Hemofilia: Hematologista explica sintomas e como controlar a doença

Patologia com maior incidência em homens tem cerca de 12 mil brasileiros atingidos

Por Assessoria 04/01/2018 08h40
Dia Nacional da Hemofilia: Hematologista explica sintomas e como controlar a doença
Reprodução - Foto: Assessoria

O dia 4 de janeiro é considerado “Dia Nacional da Hemofilia”. A escolha da data está associada ao falecimento do famoso cartunista e hemofílico Henfil. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem cerca de 12 mil pessoas que sofrem com a doença. “A hemofilia prejudica a capacidade em controlar a circulação do sangue, além de dificultar o processo de coagulação, o que pode provocar hemorragias”, esclarece o hematologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Dr. André Tavares. Estudos mostram que o os homens são os mais afetados pela doença. O especialista explica que a hemofilia está ligada à alteração do cromossomo X. Portanto, como a mulher apresenta dois cromossomos X, caso um seja modificado, há outro para compensá-lo. Já os homens só apresentam um X, sendo assim, se este for afetado, não haverá outro cromossomo para substitui-lo.

A maior parte dos quadros de hemofilia é hereditária. Apenas uma pequena parcela é ocasionada por deficiência adquirida, o que pode acontecer após o aparecimento de um câncer, por exemplo. “Os sintomas manifestados e que devemos ficar atentos são as hermatroses (acúmulo de sangue dentro de uma articulação), hematomas musculares, sangramentos no nariz, gengiva, sistema digestivo e urinário, além de hemorragia intracraniana”, esclarece Dr. Tavares.  É preciso atenção à ocorrência de quadros de sangramentos anormais - com grande volume e alta velocidade na perda do sangue –, em qualquer parte do corpo e que podem ser espontâneos ou provenientes de traumas. “Caso isso aconteça, procure um médico. O diagnóstico é confirmado por meio de exame laboratorial que detecta a deficiência do componente do sangue envolvido”, alerta.

Para controlar a doença, é necessário o envolvimento de uma equipe multiprofissional, composta por médico hematologista, dentista, fisioterapeuta, psicólogo e assistente social. “O tratamento é feito por meio de reposição do fator deficiente, bem como o uso de compressas de gelo e de agentes tópicos (fibrinolíticos), que ajudam a diminuir e conter o sangramento”. Se o paciente for realizar algum procedimento cirúrgico, há um acompanhamento profilático que o prepara previamente para caso haja manifestação hemorrágica.

Embora os medicamentos para a hemofilia no Brasil estejam mais acessíveis, o que aumentou a expectativa de vida destes pacientes, não há cura para a doença. “Pesquisas por meio da engenharia genética estão sendo realizadas na tentativa de estimular a produção do fator sanguíneo deficiente. No futuro, pode vir a ser uma doença curável”, finaliza o médico.