Saúde
Ações de conscientização para doação de órgãos acontecem no HGE
HGE é referência na captação de órgãos em Alagoas
Mais sorrisos e abraços foram espalhados pelos setores do Hospital Geral do Estado (HGE) nesta quarta-feira (27), durante o trabalho de conscientização para a doação de órgãos. As atividades estão inclusas na programação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que neste mês também aderiu ao movimento Setembro Verde e continua levando informações às ruas e centros comerciais estratégicos de Maceió.
Para quem ainda não sabe, o HGE é o hospital referência na captação de órgãos em Alagoas. A enfermeira Mônica Ferrari, da Organização Procura de Órgãos (OPO), afirma que o serviço acontece continuamente dentro e fora da unidade, entre profissionais e familiares, na busca incessante pelo esclarecimento que repercute na manutenção de mais vidas.
“Hoje é o Dia Nacional da Doação de Órgãos, um dia que não pode passar em branco no local onde, continuamente, profissionais se dedicam a encontrar potenciais doadores. Nosso trabalho se acentua quando achamos um paciente que, infelizmente, recebe o diagnóstico de morte encefálica. Realizamos todo o acolhimento da família durante esse momento doloroso, mas ressaltamos que a doação ainda pode impulsionar outras vidas, renovar histórias e fortalecer o amor”, disse a enfermeira.
Durante todo o dia, mensagens estão sendo espalhadas pelo maior hospital público de Alagoas, assim como a entrega de pirulitos e até apresentações artísticas da Companhia Assis Teatro e Produção Cultural.
“O intuito é esclarecer dúvidas, aproximar nosso serviço das pessoas e divulgar nosso trabalho, reforçando o bem único que esse ato de amor repercute na vida de quem recebe a doação e de todos aqueles que cercam o receptor”, justificou a enfermeira, também da OPO, Eleonora Carvalho.
Somente no primeiro semestre deste ano, a Central de Transplantes de Alagoas realizou 77 procedimentos,sendo 65 transplantes de córneas, 10 de rim e dois de coração. Contudo, 312 pessoas ainda estão na fila de espera para receber um rim, duas para receber um coração e outras 156 aguardam por uma córnea.
A falta de comunicação do doador à família, a desinformação sobre o tema e os tabus relacionados a motivos religiosos são as principais causas que dificultam a captação dos órgãos, contribuindo para o aumento da fila de espera na Central de Transplantes.
“O ideal é que manifestemos a vontade de doar e que nossas famílias estejam esclarecidas sobre essa decisão, pois são os familiares que vão autorizar o procedimento de retirada dos órgãos após o diagnóstico confirmado de morte encefálica. Não adianta deixar o desejo expresso por escrito, nem gravado em vídeo ou declarado em uma rede social. É fundamental que os doadores deixem seu desejo claro para os parentes”, explicou a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos.
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