Política
Governo anuncia R$ 5 bilhões em obras na Grande Maceió; plano inclui 13 municípios e usa verba da Braskem
Valor anunciado se divide entre R$ 2,8 bilhões da indenização judicial da Braskem e R$ 2,3 bilhões do Tesouro Estadual
O Governo de Alagoas anunciou, nesta terça-feira (11), um pacote de R$ 5 bilhões em obras para a Região Metropolitana de Maceió. O plano, batizado de Alagoas Faz a Grande Maceió Maior, reúne intervenções em infraestrutura, habitação, saúde, educação e saneamento e deve alcançar 13 municípios. Parte do dinheiro vem da indenização paga pela Braskem — após o colapso causado pela mineração em bairros da capital — e outra parte será coberta por recursos próprios do Estado.
“A Grande Maceió vai receber o maior investimento da sua história, com obras que geram emprego, renda e justiça social”, afirmou o governador Paulo Dantas (MDB) durante o lançamento. Ele também classificou o pacote como uma forma de “reparação territorial e social” para as áreas mais impactadas pela tragédia urbana.
O valor anunciado se divide entre R$ 2,8 bilhões da indenização judicial da Braskem e R$ 2,3 bilhões do Tesouro Estadual. A promessa do governo é distribuir os investimentos por Maceió, Rio Largo, Marechal Deodoro, Pilar, Satuba, Messias, Murici, Paripueira, Barra de Santo Antônio, Barra de São Miguel, Atalaia, Coqueiro Seco e Santa Luzia do Norte.
Entre as obras previstas estão a duplicação da AL-101 Norte e a triplicação da AL-101 Sul, rodovias que ligam a capital ao Litoral Norte e ao Litoral Sul. O plano também inclui 15 novas escolas estaduais, quatro creches do programa Cria, dois hospitais regionais e conjuntos habitacionais voltados a famílias atingidas indiretamente pelo afundamento de solo.
O governo promete ainda ampliar o abastecimento de água e o esgotamento sanitário na região metropolitana — áreas que, apesar de concentrarem mais de metade da população alagoana, seguem com defasagem de infraestrutura.
No discurso, Paulo Dantas afirmou que a iniciativa é resultado do equilíbrio fiscal do Estado e de “planejamento de longo prazo”, sem detalhar, no entanto, o cronograma das obras nem o prazo de execução. “Alagoas está vivendo um novo ciclo de desenvolvimento, com planejamento e responsabilidade social”, declarou.
O pacote é apresentado como o maior da história concentrado em torno da capital, mas o governo ainda não especificou quantas licitações já foram abertas nem divulgou mecanismos de fiscalização para os repasses. O monitoramento ficará a cargo das secretarias de Infraestrutura e Planejamento, em parceria com as prefeituras.
O anúncio ocorre num contexto em que o Estado busca reduzir desigualdades internas e fortalecer a integração metropolitana — desafio que se arrasta há décadas. As obras, segundo o governo, devem gerar milhares de empregos e movimentar a economia local, especialmente nas cidades do entorno de Maceió.
Apesar da dimensão financeira do projeto, o volume de obras anunciado ainda depende da execução efetiva e da capacidade técnica das gestões municipais. Até o momento, não há cronograma público detalhado para cada intervenção, e os recursos da indenização da Braskem seguem sob acompanhamento judicial.
“Nosso compromisso é fazer uma Grande Maceió mais forte, integrada e justa”, disse Dantas, em meio a aplausos de prefeitos e secretários.
Anúncio com tom de resposta política
O lançamento do pacote bilionário ocorre em meio à movimentação política que agitou os bastidores nos últimos dias. O vídeo em que o prefeito JHC (PL) ensaia uma candidatura ao governo do Estado em 2026 teve ampla repercussão — dentro e fora da base aliada — e, nos bastidores, o programa anunciado por Paulo Dantas foi lido como um gesto de reação política.
O governador procurou reforçar presença justamente na região metropolitana, onde JHC tem sua principal base eleitoral. O recado, segundo aliados próximos, é de que o Palácio República dos Palmares também pretende marcar território e ampliar investimentos em áreas estratégicas antes do próximo pleito.
Ainda que o discurso oficial tenha evitado menções diretas ao cenário eleitoral, o formato do evento — com prefeitos, deputados e secretários ao lado do governador — deu o tom de um governo que se articula politicamente e tenta manter protagonismo num espaço que o prefeito da capital ocupa com vantagem.
A ofensiva regional, portanto, vai além da pauta de obras: é também uma sinalização de força num momento em que o debate sucessório começa a sair dos bastidores e entrar no discurso público das principais lideranças do Estado.
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