Em reconhecimento ao trabalho dedicado pelo fortalecimento da Justiça do Trabalho e ao bem-estar da sociedade alagoana, o deputado federal Paulão (PT) recebeu, na tarde da sexta-feira (5), o mais alto reconhecimento do Tribunal Regional do Trabalho de Alagoas (TRT/AL), a Comenda da Ordem do Mérito, Ministro Silvério Fernandes de Araújo Jorge.

O desembargador do TRT, Jasiel Ivo, explicou o objetivo da comenda. “É justamente no sentido de reconhecer a relevância da atuação dessas pessoas no Estado de Alagoas, na sociedade alagoana e também no Brasil de um modo geral. Tanto que são várias autoridades de vários outros lugares do Brasil, além de Alagoas. É uma grande alegria pra gente estar aqui recebendo essas pessoas, de forma que são vários segmentos que estão representados aqui na noite de hoje, sendo agraciados com a nossa comenda”.

Foram 29 homenageados, distribuídos em três categorias, Grã-Cruz, Mérito Ouro e Mérito Prata. São ministros, deputados federais, desembargadores, reitores universitários, empresários, juízes, servidores, procuradores e líderes comunitários.

A mais alta, Grã Cruz, contemplou 10 pessoas incluindo Paulão, o reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, e outras autoridades de fora de Alagoas, como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino.

Relembrando sua trajetória, Paulão explica sua relação com a pauta.

“Essa comenda pra mim foi uma caminhada com vários degraus que nós fizemos. Eu fui funcionário da antiga CEAL, fui dirigente sindical, fundador da CUT na década de oitenta. Fizemos grandes mobilizações aqui em Alagoas com várias categorias. Naquela época que tinha até greve geral que hoje não tem. Estabeleci ponte quando o TRT aqui não existia, dependia de Pernambuco, aqui só tinha as varas, depois que foi criado o TRT, então toda essa caminhada do TRE eu acompanhei”, relatou o deputado Paulão.

Destacando a boa relação com o desembargador Jasiel Ivo, o parlamentar explica que esse é um quadro que tem compromisso com a classe trabalhadora. E reafirma seu compromisso com a Justiça do Trabalho. “Nesse conflito deste capitalismo exacerbado que não tem fronteiras, que não respeita direitos trabalhistas e previdenciário ela é uma voz fundamental. Enquanto eu for parlamentar, e mesmo não sendo, sempre farei defesa da Justiça do Trabalho pela importância que ela tem pra classe trabalhadora”, acrescentou.

PRESENTES

Prestigiaram a cerimônia autoridades do governo, do setor judiciário e dos movimentos sociais, incluindo o novo presidente do PT Alagoas, deputado estadual Ronaldo Medeiros.

Entre as autoridades presentes, estava o desembargador do Tribunal de Justiça (TJ/AL), Tutmés Airan.

Ele considera que há uma tentativa de enfraquecimento da justiça trabalhista, e a comenda faz frente a isso. “É uma comenda muito justa, primeiro porque o Paulão tem sido um deputado federal cuja atuação é marcada pela defesa dos trabalhadores. Segundo porque, nesse momento, nós precisamos fortalecer a Justiça do Trabalho. Eu acho que é um passo muito importante esse fortalecimento, porque há uma campanha clara de esvaziamento da justiça e do próprio conceito de trabalhador e do próprio valor do trabalho enquanto atividade essencialmente humana. Isso, naturalmente, se dá de forma sutil”.

Então, por exemplo, hoje, alguns segmentos já não chamam mais você de trabalhador, você deixou de ser um trabalhador para ser um colaborador. Na verdade, tudo para desqualificar o trabalho, que é o valor que faz com que, por exemplo, o homem seja diferente de todo e qualquer outro animal, que é a capacidade que ele tem de trabalhar. O trabalho enquanto instrumento emancipador e transformador da natureza, em bens necessários para sobreviver”.

Nesse sentido, o desembargador Jasiel Ivo também chamou atenção para o cenário que parece ser contra a justiça, mas na verdade é contra os direitos sociais. “O ataque não é à Justiça do Trabalho. Aparentemente o ataque fica fácil de passar esse argumento de que está atacando a Justiça do Trabalho, mas o ataque é aos direitos sociais dos trabalhadores. Eles sim estão sofrendo um grave ataque. Quando se fala hoje nessa pejotização indiscriminada, onde qualquer trabalhador se transforma em microempresário individual sem nenhuma proteção social, sem direito a férias, sem direito a fundo de garantia, sem direito a uma cobertura social. Então isso é que tem que ser falado. O ataque à Justiça do Trabalho vem como consequência, porque uma vez que esses direitos sociais sejam banidos do ordenamento jurídico brasileiro, do nosso sistema de justiça, aí sim a Justiça do Trabalho para só ser desnecessária”.