Política
Grito dos Excluídos agrega soberania do Brasil
Este ano, manifestação terá na pauta, além das reivindicações da classe trabalhadora, defesa do Estado Democrático de Direito

O tradicional Gritos dos Excluídos, realizado no Brasil inteiro há 31 anos em contraponto ao desfile da independência no 7 de setembro, esse ano vai incluir na pauta a defesa da soberania nacional.
A organização, comandada historicamente por alas da igreja junto com os movimentos sociais, esse ano foi ampliada e trouxe também sindicatos e partidos políticos, que se reúnem na Praça da Faculdade se seguem em caminhada na orla de Maceió.
“Esse ano, com a questão conjuntural do ataque à soberania do Brasil, a gente tentou dialogar pra construir, manter o grito com a pauta do grito, mas linkar com o ato nacional, em defesa da Soberania. O grito sempre foi uma atividade que o movimento sindical é parceiro, mas quem coordena são as pastorais católicas”, relatou Luciano Santos, presidente da Central Única dos Trabalhadores de Alagoas (CUT/AL).
A soberania nacional está em destaque desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomou medidas contra o Brasil, com o intuito declarado de interferir nos poderes judiciário, executivo e legislativo do país contra o julgamento dos investigados por tentativa de golpe de estado.
Foram impostas sobretaxas de 50% aos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, além da implantação da lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre as sanções previstas nesta lei estão o bloqueio de contas bancárias, de bens e interesses em bens dentro da jurisdição em solo norte-americano, além da proibição de entrada no país. Além disso, um efeito indireto, mesmo para quem não possui bens no país, seria a possibilidade de interrupção de serviços como os relacionados às operadoras de cartão de crédito e serviços digitais, de empresas que operem sob leis americanas ou mantenham relações bancárias nos EUA, uma vez que seriam, em tese, obrigadas a respeitar a sanção.
Segundo Luciano, estão na organização esse ano os movimentos sociais, movimento de luta pela terra, movimento de moradia, os sindicatos, as centrais e, esse ano, pela questão da defesa da soberania, tem os partidos da Federação Brasil da Esperança, que são o PV o PcdoB e o PT.
A principal finalidade do Grito é dar voz aos marginalizados, denunciando a exclusão social e as desigualdades. A cada ano, as principais pautas locais e nacionais dos excluídos e da classe trabalhadora são levadas para o asfalto, e expostas à população logo após o desfile oficial da independência. Em 2022, por exemplo, houve a reflexão sobre a população que fica à margem da política nesses 200 anos de independência.
PROGRAMAÇÃO
Para agregar as pautas, a programação do ato será iniciada com a parte religiosa, e segue no protesto em defesa da soberania. “Vai ter o grito dos excluídos, a partir das 8 horas na Praça da Faculdade, com todo o rito normal da igreja, a parte espiritual com a parte política. A partir das 10h30 a gente sai em direção à Praia da Avenida que é onde vai ter o ato oficial, o desfile”, detalhou o presidente da CUT.
Apesar de esse ano o discurso dos movimentos sociais estar mais alinhado com o do Governo Federal, Luciano destaca que o ato mantém o caráter questionador.
“É um ato de protesto, não tem combinado. A gente vai chegar, como sempre fez, e desfilar na avenida denunciando os problemas que a população sofre. A única convergência com o governo então é a questão da soberania. O fim da escala 6x1 e a justiça tributária com taxação dos super ricos e isenção do imposto de renda para quem ganha menos de R$ 50 mil são pautas nossas, que o governo precisa encaminhar. Ele defende, mas só o ‘estamos juntos’ não serve, a gente quer de fato um andamento desse processo”, concluiu o presidente da CUT em Alagoas.
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