Política
Senadora não se associa ao bolsonarismo
Eudócia Caldas tem evitado se envolver em polêmicas e não bate de frente com governo Lula e Supremo Tribunal Federal

Tem chamado a atenção a postura política da senadora alagoana Eudócia Caldas (PL) em não assinar o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Entre todos os filiados do Partido Liberal no Senado, apenas dois ficaram de fora: ela e o senador Romário (PL-RJ).
Em atuação de forte oposição ao governo Lula e ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Partido Liberal tem aumentado o tom de agressividade na cobrança por pautas de anistiar os condenados pela tentativa de golpe no 8 de janeiro de 2023 em Brasília, e mais recentemente contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O episódio da prisão preventiva do ex-presidente, em especial, provocou um motim no Senado Federal, no dia 5 de agosto. Um grupo de congressistas cobriu a própria boca com um adesivo e ocupou a Mesa Diretora, no entanto Eudócia não participou.
Em suas redes sociais, diferentemente da de alguns políticos bolsonaristas de Alagoas que nem sequer são filiados ao mesmo partido de Bolsonaro, Eudócia se mantém afastada das polêmicas que envolvem as defesas das pautas conservadoras, e principalmente, em prol de Bolsonaro e contra o ministro Alexandre de Moraes.
Independentemente do alinhamento ideológico com o bolsonarismo, Eudócia Caldas tem mantido no mandato um certo tom de neutralidade, uma postura mais institucional. A reportagem da Tribuna Independente tentou contato com a senadora sobre essa conduta de distanciamento das práticas bolsonaristas e até mesmo de oposição ao governo Lula, mas até o fechamento desta edição, não houve êxito. O espaço segue aberto.
Mãe do prefeito de Maceió, JHC (PL), a médica chegou ao Senado como suplente de Rodrigo Cunha (Podemos), e se tornou titular no início deste ano, quando ele se tornou vice-prefeito de Maceió no início da segunda gestão de JHC.
Nesse período, a família Caldas já estava fazendo um movimento de aproximação com o Governo Lula (PT), para não atrapalhar a chegada da cunhada Marluce Caldas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Esposa do ex-deputado federal João Caldas, que hoje preside nacionalmente o Democracia Cristã (DC), e mãe de JHC, Eudócia veste bem a camisa de figura pública. Já foi prefeita do município de Ibateguara, e antes de ser eleita com Rodrigo Cunha, em 2018, chegou a concorrer à mesma vaga de suplente no senado em 2014, tendo o falecido Omar Coelho (DEM) como titular.
Presidente do PL Mulher em Alagoas, esteve ao lado do filho na comitiva que organizou em Maceió a recepção de Bolsonaro em 2024, na pré-campanha das eleições municipais. Eudócia foi a anfitriã de um grande evento na capital, tendo como principal atração ninguém menos que Michelle Bolsonaro (PL).
Seguindo o modus operandi da família, tem migrado entre partidos ao longo dos anos. Já foi PL, PP, SD, PSB e agora, desde 2022, PL. Agora, com as supostas negociações e acordos no Planalto que resultaram na nomeação de Marluce Caldas no STJ, não será surpresa se houver mais um desembarque para alguma legenda da base governista.
Nas redes sociais, lugar preferido dos políticos para mostrar seus trabalhos nos mandatos, a senadora Eudócia Caldas demonstra um mandato de muita tranquilidade, mostra algumas de suas bandeiras, mas não tem nada apontando para uma oposição.
ELEIÇÕES 2026
Outro cenário que não se enxerga, ao menos neste momento, é qual deve ser o caminho da senadora Eudócia no próximo ano. Não há uma perspectiva de ela sairá candidata ao Senado ou algum outro cargo eletivo. Em Alagoas, por exemplo, os nomes que se apresentam para as duas vagas no Senado são de Renan Calheiros (MDB), que tentará renovar o mandato; Arthur Lira (PP), deputado federal e ex-presidente da Câmara; Paulão (PT), deputado federal; e Davi Davino Filho (Republicanos), ex-deputado estadual e que foi candidato a senador em 2020.
Havia a possibilidade de em 2026 o prefeito de Maceió, JHC, disputar o Governo de Alagoas, hoje nas mãos de Paulo Dantas (MDB), ou ir em busca de uma das vagas para o Senado. Apesar de não falar abertamente sobre os planos políticos, JHC foi citado em um acordo articulado junto ao Governo Lula para não se candidatar no próximo nem ao governo, tampouco para o Senado.
A estratégia seria simples: garantir que Marluce Caldas fosse indicada ao Superior Tribunal de Justiça pelo presidente Lula, e JHC fizesse parte da base política do presidente. Até o momento, o prefeito de Maceió não deu mostras do que está traçando para 2026.
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