O movimento Por Mulheres Brasil divulgou nesta terça-feira (18) uma nota pública em apoio à professora e comunicadora Cíntia Chagas, que tem enfrentado uma ação judicial movida por seu ex-marido, o deputado federal Lucas Bove. Segundo a entidade, o parlamentar estaria utilizando a estrutura do poder político e jurídico para tentar silenciar e criminalizar o discurso de Cíntia sobre violência doméstica e de gênero.

De acordo com a nota, o processo inclui pedidos de prisão da professora e a proibição de que ela se manifeste publicamente sobre o tema. Para o movimento, trata-se de uma tentativa de censura e uma grave violação de direitos fundamentais.

“Ao buscar calar uma mulher que denuncia ou debate publicamente os efeitos da violência que sofreu, aprofunda-se o ciclo de opressão e fragiliza-se o estado democrático de direito”, afirma o documento. O Por Mulheres Brasil classificou a iniciativa judicial como um ato de perseguição e revitimização, destacando a importância de proteger o direito das mulheres de falar sobre suas experiências.

A organização também criticou a postura do partido político ao qual o deputado pertence, lamentando o silêncio da legenda diante do caso. Na avaliação do movimento, a omissão institucional configura cumplicidade com práticas de violência política e de gênero.

O Por Mulheres Brasil reforçou seu compromisso com a liberdade de expressão, com a proteção das mulheres e com o enfrentamento de todas as formas de violência que tentam calar ou punir mulheres que denunciam.

“Não aceitaremos que a coragem de uma mulher seja tratada como ameaça. Estamos com Cíntia. Estamos com todas”, finaliza a nota.