Política
Cidadania e PSB caminham para formalizar uma federação
Régis Cavalcante, que preside o partido Cidadania, diz que tratativas estão bem avançadas com a legenda socialista

A federação entre o Cidadania e o PSB ainda não está consolidada nacionalmente, mas as negociações avançam e há expectativa de formalização até julho de 2025. A informação foi passada à Tribuna Independente pelo secretário nacional do Cidadania, Régis Cavalcante, que atualmente está no comando da Agência de Desenvolvimento da Pesca, Aquicultura e Apicultura de Alagoas (Adepa).
“Estamos nas tratativas que estão em fase avançada, com encontros frequentes entre os presidentes Carlos Siqueira [PSB] e Comte Bittencourt [Cidadania]. Ambos os partidos veem a união com otimismo, mas aguardam aprovação interna do Cidadania, prevista para junho, antes de um anúncio oficial”, explicou.
Régis contou que ainda existe um obstáculo legal a ser superado. “O Cidadania ainda mantém uma federação vigente com o PSDB até abril de 2026, conforme exigência legal. A nova federação com o PSB só poderá ser efetivada após esse prazo, embora o anúncio político possa ocorrer antes”, afirmou.
O Cidadania busca a aliança para superar a cláusula de barreira eleitoral (2,5% dos votos em nove estados), enquanto o PSB visa fortalecer seu campo político sob a liderança do futuro presidente João Campos, prefeito do Recife. A federação faria o bloco subir para a 8ª posição em recursos e tempo de propaganda, com 19 deputados federais, mas ainda é visto como uma solução frágil diante das crises em outras federações, exemplo do PT-PV-PCdoB e PSOL-Rede.
“Em resumo, a federação está em processo de consolidação, mas depende de etapas burocráticas e alinhamentos internos. Se confirmada, será uma estratégia de sobrevivência para o Cidadania e de expansão para o PSB, com efeitos práticos apenas a partir de 2026”, continua Régis Cavalcante.
Em Alagoas, o Cidadania tem demonstrado certa independência em relação às negociações nacionais da federação com o PSB, mas há movimentos recentes que indicam um alinhamento progressivo com a estratégia nacional. Cavalcante (que também é uma figura-chave do partido em Alagoas), participou de reuniões com o PSB e outras siglas de centro-esquerda, como a Rede e o PDT, durante um evento em Brasília no dia 14 de maio passado. O objetivo era discutir a formação de uma frente ampla para as eleições de 2026, incluindo a federação com o PSB.
Régis Cavalcante afirmou que mais de 14 diretórios estaduais do Cidadania já apoiam a federação com o PSB, sugerindo que Alagoas pode seguir essa tendência. Ele destacou a urgência da união para evitar a marginalização dos pequenos partidos devido à cláusula de barreira. Para ele, quem não federar dos pequenos e médios partidos vão terminar na “clandestinidade”.
Em Alagoas, o Cidadania tem atuado de forma mais autônoma, mas a pressão pela sobrevivência eleitoral pode levar a uma adesão à federação. O partido local, liderado por Juca Carvalho, tem mantido diálogos com outras legendas de esquerda, como PT, PV e PDT, mas a federação com o PSB é vista como a opção mais viável para garantir recursos e tempo de TV.
Régis contou ainda que, apesar do avanço das tratativas, há resistências internas no Cidadania devido à experiência negativa com a federação anterior (PSDB-Cidadania), que reduziu a representação do partido no estado. Ele admitiu que a decisão final dependerá de debates locais, mas a tendência é de alinhamento até junho.
Se consolidada, a federação permitiria ao Cidadania em Alagoas fortalecer candidaturas majoritárias (como ao Senado) e legislativas, aproveitando a estrutura do PSB, que tem maior capilaridade no Nordeste. O PSB local, por sua vez, ganharia com a base de aliados históricos do Cidadania, como Régis e Heloísa Helena.
Embora o Cidadania em Alagoas ainda mantenha uma postura independente, as negociações com o PSB avançam e devem ser definidas até junho, seguindo a estratégia nacional. A decisão final dependerá de como as lideranças locais avaliam os riscos e benefícios da união. “Vejo como uma grande oportunidade de construir um bloco democrático de centro esquerda no País, são partidos com uma enorme afinidade política na defesa da democracia”, finalizou Régis.
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