Política

Prefeito mantém maioria na Câmara, mas precisa acomodar aliados

Por Emanuelle Vanderlei - colaboradora / Tribuna Independente 08/10/2024 08h41
Prefeito mantém maioria na Câmara, mas precisa acomodar aliados
João Catunda foi um dos vereadores da base de JHC que não conseguiu ser reeleito - Foto: Sandro Lima

A previsão de que JHC (PL) faria uma grande bancada de base aliada se confirmou no último domingo (6). Depois do forte investimento feito em trazer os vereadores de mandato para o partido e investir financeiramente na campanha, o prefeito conseguiu as 11 cadeiras do seu partido na Câmara Municipal.

Os partidos aliados tiveram um desempenho parecido. O PP, por exemplo, manteve as três vagas no parlamento, mas como Thiago Prado (PP) foi eleito, veio a derrota de João Catunda, um aliado importante.

Podemos e União Brasil também conquistaram uma vaga cada um, mas o Republicanos ficou de fora. Isso sem falar na saída de nomes que estavam em partidos de oposição, mas mantiveram um mandato alinhado à gestão, como Gaby Ronalsa (PV) e Dr. Valmir (PT).

Caio Bebeto (PL) era uma aposta do partido. Contando com o apoio do pai, o deputado estadual Cabo Bebeto, ele abraçou o discurso anti-esquerda, mas ficou fora. Outro aliado que perdeu foi Cleber Costa (PL). Apesar de não ter sido eleito em 2020, ele ficou na suplência e passou boa parte do mandato assumindo a vaga. Costa foi um dos que migrou para o PL, mas não entrou.

Dudu Hollanda (PL), apesar de não ter conseguido se eleger, teve papel importante tomando alguns votos do irmão (família rachou politicamente) do MDB. Fernando Hollanda (MDB) perdeu o mandato, e uma explicação a isso seria que os votos herdados pelo pai agora foram divididos com o irmão.

Se pretende se consolidar e crescer para 2026, JHC deve nesse momento estar preocupado em acomodar esses aliados. Bebeto, Catunda, Hollanda e CleberCosta.

TOM DA OPOSIÇÃO

A guerra entre os grupos políticos no estado deu o tom dessa eleição. Isso provavelmente vai se refletir na próxima legislatura. Na prática a oposição se mantém viva com nomes aparentemente dispostos a dificultar a vida de JHC. O MDB, que está sob o domínio do grupo que hoje ocupa o Governo do Estado, manteve as mesmas quatro vagas que tem na Câmara.

O PSB, que recentemente sumiu da Câmara com tantas migrações, agora também está sendo conduzido pelo grupo do Governo e manteve o mesmo tamanho com dois novos nomes. A Federação Brasil da Esperança elegeu Teca Nelma (PT) e Silvio Camelo Filho (PV), mantendo as duas vagas atuais, só que trocando Valmir (PT) por Camelo.

Ainda no campo dos partidos que fazem oposição a JHC, o PSD recuperou sua cadeira com a eleição de Rui Palmeira, e estão renovados os mandatos de Aldo Loureiro (PDT) e Silvânia Barbosa (Solidariedade).

Em resumo, JHC ainda tem maioria no Legislativo, sendo 16 governistas contra 11 opositores. Se o cenário se mantiver assim, ele pode até ter vantagem, mas não necessariamente a mesma facilidade de passar todos os projetos sem resistência. No primeiro mandato, JHC conseguiu reverter muitos opositores. Em várias situações ele barganhou o apoio da casa quase que por unanimidade em troca da liberação de emendas e recursos. Às vésperas das eleições, inclusive, a oposição chegou a denunciar o favorecimento dos aliados nesse campo. Isso sem falar na aliança com os outros partidos mais posicionados à direita, como PP e União Brasil.