Política

PM acionada para conter tensão eleitoral

Coligação de Joãozinho Pereira contata Justiça Eleitoral após denúncias de ameaças às equipes e eleitores na cidade de Junqueiro

Por Emanuelle Vanderlei - colaboradora / Tribuna Independente 13/09/2024 09h09
PM acionada para conter tensão eleitoral
Presidência do Tribunal Regional Eleitoral foi acionada pela coligação, que autorizou reforço na segurança e aumento no efetivo policial - Foto: Sandro Lima

No município de Junqueiro, localizado no Agreste alagoano, o clima de disputa eleitoral está cada vez mais acirrado. Ontem (12), depois que vídeos circularam nas redes sociais mostrando um enfrentamento direto entre equipes dos candidatos à prefeitura, Joãozinho Pereira (PP) e do prefeito Leandro Silva (MDB), a coligação “Coragem Para Mudar”, liderada por Joãozinho, acionou a Zona Eleitoral da região, que tomou medidas junto às coligações.

O grupo também deu entrada em um processo administrativo ao desembargador e presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Klever Loureiro, para requisitar tropas federais.

Yuri Pontes, advogado da coligação, afirmou que há um receio na população. “Mesmo antes de começar a eleição, Junqueiro já era uma preocupação decorrente do histórico das últimas eleições em que houve o enfrentamento dos grupos da família Pereira com a família Silva”. Ele menciona o assassinato do blogueiro Adriano Farias, em junho deste ano. “Essa situação foi potencialmente agravada com o assassinato do Adriano, porque parte da população imputa esse crime a um crime de mando com características políticas, em razão do Adriano vir, nos últimos tempos, fazendo acusações constantes a respeito de falhas que ele entendia da administração municipal, que hoje é gerida pelo Leandro Silva”.

A preocupação dos juristas vem crescendo com o avançar da campanha. “Cada vez que se aproxima mais do pleito está tendo uma sistemática condução de intimidação. É essa informação que a gente tem através de vídeos e imagens e relatos de intimidação por parte do grupo político do Leandro, ou seja, através de secretariado diretamente, especialmente o Donizete que é o chefe da guarda municipal. Esse grau de intimidação se dá com perseguição e com obstacularização na condução das equipes”.

Segundo ele, há uma dificuldade pelo grande perímetro rural. “Especialmente isso é nas estradas vicinais que dá para os povoados. Junqueiro tem praticamente 70% de área rural e só 30% da área urbana, então a maior parte dos eleitores estão nos povoados e nos sítios. E aí há essas interceptações”.
Na petição apresentada pelos advogados, foi feita uma extensa argumentação (ilustrada por relatos e fotos de confrontos) sobre uma suposta perseguição eleitoral contra as equipes de Joãozinho Pereira. O texto acusa nominalmente um membro da gestão municipal. “Passaram a sofrer com uma incessante perseguição, capitaneada pelo Sr. Donizete José Honório da Silva [atual Secretário de Segurança Pública do Município de Junqueiro], acompanhado de outros homens, que vêm cerceando o livre tráfego dessas equipes”. Segundo a coligação, as pessoas estão desistindo de trabalhar na campanha por medo das ameaças.

Também foi registrado um Boletim de Ocorrência (BO) no 80º distrito policial civil, em Junqueiro, acusando Donizete de abordar a equipe da Empresa LS Produções, durante a realização de uma pesquisa eleitoral no Povoado Riachão, município de Junqueiro.

REUNIÃO

Ainda ontem (12), o juiz eleitoral Mário de Medeiros, da 34ª Zona Eleitoral, reuniu os representantes dos partidos políticos e coligações que concorrem em Junqueiro para adotar medidas e garantir a tranquilidade da campanha majoritária.

De acordo com o magistrado, o TRE já expediu alguns ofícios e o efetivo da Polícia Militar está sendo imediatamente aumentado para a região.

“Obviamente que não será admitido mais esse tipo de conduta. O próprio Donizete também estava presente na reunião, foram feitas todas as colocações a ele e a Polícia Militar também passou a informação de que serão muito rigorosos com relação a esse tipo de ato antidemocrático de proibição, de ameaça”, finalizou.