Parecia que tinha acabado, mas não encerrou. Mais uma candidata à Prefeitura de Maceió surgiu nesse período pós-convenções, que só apareceu com o registro no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mais precisamente o Divulgacand. Marina Nobre Tenório Crisóstomo, que atua na militância partidária e feminista com o nome de Nina Tenório, será a representante do Partido da Causa Operária (PCO) na disputa.

A candidatura até agora não teve pronunciamento oficial, não se sabe qual será a estratégia de campanha. Nossa reportagem tentou entrar em contato por telefone, mas até o fechamento da edição não obteve retorno. Mesmo assim chamou a atenção e ganhou certa repercussão na imprensa local. Nas redes sociais, Nina adota uma postura bastante discreta. No Facebook não há postagens novas há anos, e o Instagram tem um perfil bloqueado com poucos seguidores.

Nina é bastante jovem, tem apenas 25 anos, mas já tem em seu histórico uma trajetória política. Essa é a segunda vez que lança candidatura, sempre pelo PCO. Em 2022 tentou a vaga de deputada federal e obteve apenas 55 votos.

Como ocupação, ela se identifica na Justiça Eleitoral como vendedora de comércio varejista e atacadista. Mas ela atua na luta partidária há um certo tempo e apesar da pouca idade ocupa posições de liderança. No movimento de mulheres Rosa Luxemburgo, ela faz parte da coordenação, sendo uma representante da nova geração de feministas na luta partidária.

Com a candidatura de Tenório, Lenilda Luna (UP) deixa de ser a única mulher entre as opções para a prefeitura de Maceió esse ano. O candidato a vice em sua chapa é ainda mais jovem. Wilson Soares, que usará o nome Liu Soares na urna, tem apenas 24 anos e se identifica como estudante e bolsista.

A iniciativa parece ser uma determinação nacional do partido. As propostas registradas na Justiça Eleitoral são um programa generalizado, que vale para todo o país, sem especificar nada da realidade de Maceió. “Neste programa, apresentamos um programa de eixos gerais, válido para todo o País e para a luta de todos os trabalhadores”, diz o próprio texto.

No texto, críticas à política neoliberal e uma proposta de modificar o sistema de uma forma geral. “O papel dos candidatos, caso eleitos, não é nem mesmo se propor a resolver todos os problemas das cidades. O papel primordial é de se colocar como representante da luta dos trabalhadores no governo. É de ser um governo que permita que a população tome as suas próprias decisões. Nesse sentido, o PCO defende um governo dos trabalhadores”.

Contrariando as leis que funcionam atualmente nos municípios brasileiros, a proposta do PCO é que todas as decisões sejam tomadas pelos profissionais da área.

“Isso significa que a administração pública não deve ser feita por burocratas, mas sim pelos próprios trabalhadores em cada uma de suas áreas de atuação. Os trabalhadores da educação e a comunidade escolar devem tomar as decisões sobre a educação. Os trabalhadores da saúde e a comunidade que utiliza os serviços devem tomar as decisões. Nenhuma instância do governo municipal deve ser deixada nas mãos de burocratas”.