Política
Prefeita da Barra de Santo Antônio diz que anulará qualquer autorização a favor da Braskem
'No que depender de mim, anularei qualquer autorização dada sem o conhecimento real da população, e será imediatamente indeferida', afirmou Livia Carla
Em 2020, quando a crise das minas de sal-gema da Braskem já estava na mídia, um ano depois do surgimento das primeiras rachaduras, a Agência Nacional de Mineração, autorizou a petroquímica Braskem S/A para pesquisar sal-gema em sete áreas localizadas entre os municípios de Paripueira e Barra de Santo Antônio, Litoral Norte de Alagoas. A autorização foi publicada no Diário Oficial da União no mesmo ano. Os trabalhos de campo, no entanto, nunca tiveram início. Os sete processos foram protocolados entre os dias 31 de julho e 1º de agosto de 2019 e envolvem uma área de 13.800 hectares. No início de 2020 a ANM elencou uma série de exigências para a liberação da autorização.
Naquele mesmo ano, moradores de várias cidades do Litoral Norte fizeram um protesto contra uma possível instalação da mineradora nos dois municípios. A mobilização, que foi organizada pela ONG S.O.S. Litoral Norte, recolheu assinaturas para serem apresentadas durante uma audiência pública com o Ministério Público Estadual (MP/AL).
A notícia de uma possível ida da Braskem, no entanto, acabou caindo no esquecimento, mas voltou à tona nos últimos dias, depois do rompimento da Mina 18. E prefeitos da região Norte se posicionaram novamente contra a exploração de sal-gema em seus municípios.
A prefeita da Barra de Santo Antônio, Livia Carla, que participou da reunião de emergência sobre o caso BRASKEM, afirmou que vai continuar firme defendendo os direitos e patrimônios de seu município. "A nossa Barra de Santo Antônio estará segura e protegida contra a força da destruição. No que depender de mim, anularei qualquer autorização dada sem o conhecimento real da população, e será imediatamente indeferida".
Livia afirmou que o encontro serviu para uma análise mais consciente e responsável para evitar que novos fatos dessa natureza venham acontecer em outros locais. Ela também assinou uma carta com 11 reivindicações que serão entregues a Braskem. "Nesse contexto, foi reforçado o compromisso em buscar respostas transparentes e eficazes, visando não somente a reparação dos danos causados, mas também o estabelecimento de salvaguardas que evitem incidentes similares no futuro", afirmou a gestora.
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