Política

ANJ repudia ataques de Augusto Aras à jornalista Míriam Leitão

No texto, instituição afirmou que procurador-geral da República deveria

10/01/2023 17h07 - Atualizado em 10/01/2023 18h26
ANJ repudia ataques de Augusto Aras à jornalista Míriam Leitão
Procuradora-Geral Augusto Aras move crítica machista contra Miriam Leitão - Foto: Reprodução - TV Brasil

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgou uma nota de repúdio nesta terça-feira aos ataques do procurador-geral da República, Augusto Aras, à jornalista e colunista de O Globo Míriam Leitão. No comunicado, a instituição afirmou que as ofensas são ainda mais graves "quando partem de uma autoridade que deveria zelar pela proteção legal à imprensa".

"O caráter ofensivo das manifestações se torna ainda mais grave quando partem de uma autoridade que deveria zelar pela proteção legal à imprensa e, ao mesmo tempo, defender o respeito às mulheres jornalistas, que têm sido as mais agredidas no Brasil nos últimos anos. Por fim, a ANJ reafirma sua solidariedade ao jornal O Globo e à Míriam Leitão, vencedora do Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa em 2017, exatamente em razão de sua postura permanente em defesa dos valores e princípios que norteiam o melhor jornalismo", diz o texto.

O ataque do procurador-geral à jornalista aconteceu durante uma entrevista ao programa Fato & Opinião, da BNews TV, nesta segunda-feira, em que afirmou que a jornalista parece ter um "fetiche" por ele.

"Essa senhora parece que tem um fetiche comigo, talvez porque eu não tenha atendido às matérias seletivas para ela e à família dela. Essa senhora foi cortada da seletividade que tinha na Operação Lava Jato. E, provavelmente, o jornal dela, ganhou mais dinheiro do que com a novela das 8", falou Augusto Aras.

Leia a nota completa: 

NOTA DE REPÚDIO

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudia os ataques desferidos pelo
procurador-geral da República, Augusto Aras, contra a jornalista Miriam Leitão,
em entrevista ao site BNews na segunda-feira (9).

O caráter ofensivo das manifestações se torna ainda mais grave quando partem
de uma autoridade que deveria zelar pela proteção legal à imprensa e, ao
mesmo tempo, defender o respeito às mulheres jornalistas, que têm sido as
mais agredidas no Brasil nos últimos anos.

Por fim, a ANJ reafirma sua solidariedade ao jornal O Globo e à Miriam Leitão,
vencedora do Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa em 2017, exatamente em
razão de sua postura permanente em defesa dos valores e princípios que
norteiam o melhor jornalismo.

Brasília, 10 de janeiro de 2023.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS