Política
Bolsonaristas radicais tentam invadir prédio da PF e incendeiam carros e ônibus em Brasília
Polícia Militar foi chamada e reagiu com bombas de gás e balas de borracha; carros e pelo menos um ônibus foi incendiado

Apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL) deflagraram uma série de atos de vandalismo em Brasília na noite de segunda-feira (12). Carros e ônibus foram danificados e incendiados. A Polícia Militar entrou em confronto com os bolsonaristas.
Os atos começaram após a prisão de um um indígena conhecido como José Acácio Tserere Xavante, em razão da participação em atos antidemocráticos, nesta segunda. A prisão dele foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República.
A Secretaria da Segurança do Distrito Federal informou "que as forças de segurança reforçaram a atuação, em toda área central do capital, para controle de distúrbios civis, do trânsito e de eventuais incêndios".
O trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras vias da região central está restrito até nova mudança de cenário, ainda de acordo com a secretaria. A orientação é que motoristas evitem a região.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) se manifestou:
"A Secretaria de Segurança do Distrito Federal (SSP/DF) informa As ações começaram em frente ao edifício-sede da Polícia Federal (PF), em decorrência do cumprimento de mandado de prisão, e se estenderam para outros locais da região central.
Como medida preventiva, o trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras vias da região central está restrito até nova mudança de cenário, após avaliação de equipe técnica. A recomendação dos órgãos de trânsito é a de que os motoristas evitem o centro da cidade.
Destacamos, por fim, que as imediações do hotel em que o presidente da república eleito está hospedado tem vigilância reforçada por equipes táticas e pela tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal".
Vias foram interditadas pela polícia.
Pedaços de pau também foram usados. A Polícia Militar do Distrito Federal foi chamada e houve confronto.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) disse: "Por enquanto estamos agindo com as forças policiais. Todas as nossas forças policiais (...) estão nas ruas".
Tiros de borracha e bombas de efeito moral foram lançadas. Até a publicação desta reportagem a Polícia Federal não havia se manifestado.

Mais vandalismo e carros incendiados

Após vandalizar carros no estacionamento da Polícia Federal, o grupo de bolsonaristas radicais se dividiu e seguiu pela Asa Norte, onde os atos de vandalismo continuaram. Carros e, pelo menos um ônibus foram queimados.
Um shopping fechou as portas. O grupo chegou a fechar uma via.

Pedaços de pedra, paus e galhos de árvores foram colocados para impedir o trânsito na W3 Norte.
Inaceitáveis a depredação e a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em Brasília. Ordens judiciais devem ser cumpridas pela Polícia Federal. Os que se considerarem prejudicados devem oferecer os recursos cabíveis, jamais praticar violência política.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) December 12, 2022
O futuro ministro da Justiça e Segurança, Flávio Dino (PSB) disse por meio de uma rede social que repudia os atos.
Ao blog da Andréia Sadi, ele afirmou que o "governo federal segue omisso diante dessa situação grave absurda".
Prisão
Os atos começaram após um indígena identificado como José Acácio Tserere Xavante ter sido preso por participação em atos antidemocráticos nesta segunda. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão temporária, por 10 dias, do indígena.
A decisão atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e baseada, segundo o STF, na "suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos".
No pedido de prisão, segundo trechos divulgados pelo Supremo, a PGR afirma que o indígena vem usando de sua posição como líder do povo Xavante para arregimentar pessoas para o cometimento de crimes.
"A manifestação, em tese, criminosa e antidemocrática, revestiu-se do claro intuito de instigar a população a tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo a posse do presidente e do vice-presidente da República eleitos”, diz o documento da PGR.
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