Política
PM de Alagoas identifica 15 lideranças dos atos inconstitucionais
Apoiadores inconformados com a derrota de Bolsonaro se organizam via grupos de WhatsApp e seguem na Fernandes Lima

A inteligência da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) identificou 15 lideranças dos bloqueios em rodovias estaduais e federais que ocorreram após o 2º turno das eleições. Além disso, 11 veículos utilizados para apoio logístico à manifestação também foram reconhecidos pelos agentes. A informação foi divulgada pelo portal O Antagonista.
O documento da PM/AL aponta como líderes do grupo “Intervenção Federal” Jean Kellwy Rodrigues da Silva Costa, Lucas Thyago Soares Silva, Ronylle Diogo Oliveira de Deus, cuja função seria filtrar os conteúdos, gerenciar membros, canalizar o debate e arrecadar dinheiro através de uma chave Pix em nome de Jean.
Cássio Tomas Lima Menezes aparece como criador a administrador dos grupos Brasil Hoje, e Brasil pelo Futuro, ambos no WhatsApp. Cassio também arrecada fundos via chave Pix.
Icaro Manuel Santos Ribeiro e Deiwd Silva Cedro foram identificados como líderes do Paralisação Nordeste – Maceió e PN, ambos no Telegram. Icaro e David atuavam com a moderação, gerenciamento de membros e incitação dos manifestantes.
Outros três membros do “Paralisação Nordeste – Maceió” teriam atuado até o dia 2/11. Karinne Pereira dos Santos, Jacksuel da Silva Marques e Fernando Antonio Maia Filho eram articuladores do grupo, mas era Karinne a responsável pela arrecadação financeira do grupo.
Três lideranças que atuavam nos locais dos atos também foram apontadas pela polícia alagoana. Kayo Gustavo Fragoso Carneiro da Cunha, candidato a deputado estadual nas eleições de 2022, identificou como um dos líderes do movimento em entrevista uma rádio. Conhecido como Kaio Fragoso, ele também disponibilizou sua conta pessoal para arrecadação de fundos para os atos.
A Tribuna Independente entrou em contato com a assessoria da Polícia Militar, e foi informada de que “o comandante da PM/AL, coronel Paulo Amorim, não comenta assuntos relacionados às atividades desenvolvidas pelo serviço de inteligência da Corporação”.
A assessoria do Ministério Público do Estado (MP/AL) explicou que o Grupo de Trabalho, criado no dia 1º de novembro, pelo procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, foi finalizado após a crise com as manifestações ter sido superada.
“A partir de agora as demandas que chegaram ao órgão serão encaminhadas para as promotorias que têm atribuição. Por exemplo, o da Polícia Militar vai ser encaminhado para um juizado especial que tem atribuição na esfera criminal, para apurar as responsabilidades. O promotor Lucas Sachsida já pediu a instauração de inquérito policial quanto ao caso do adolescente que foi agredido em Maceió, por exemplo. Ele passou pelo local das manifestações com um ‘L’ desenhado no corpo, e acabou sofrendo violência dos manifestantes”, explica.
Moradores do bairro do Pinheiro e Farol em Maceió, fizeram uma petição pública em que solicitam ação do Ministério Público de Alagoas (MP/AL) contra o protesto de bolsonaristas que contestam o resultado das eleições, em frente ao 59º Batalhão de Infantaria Motorizada, na Avenida Fernandes Lima.
Até a noite de quinta-feira (10), 1.589 pessoas tinham registrado o abaixo-assinado apoiando a denúncia.
Desde que a ocupação do local começou após a eleição de Lula (PT), centenas de pessoas se revezam no canteiro da Avenida Fernandes Lima. Com bandeiras, barracas e até comércio, o grupo pede que o Exército impeça a posse do presidente eleito.
De acordo com um morador do bairro, os manifestantes produzem excessiva poluição sonora e abuso do sossego alheio. “Ninguém aguenta mais isso, é um campo de concentração, é 24 horas tocando hino militar”, diz o morador.
O promotor de Justiça Alberto Fonseca disse à Tribuna Independente que enviou cópias do cadastro do problema do quartel para as promotorias de urbanismo e criminal do MP/AL. “Tenho uma representação formulado acerca de abusos na utilização de equipamentos sonoros. O reclamante ficou de colher um abaixo-assinado e nos enviar”, concluiu.
STF
As informações sobre os líderes dos atos antidemocráticos foram anexadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ADPF 519, que investiga a ação de caminhoneiros e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nos bloqueios das rodovias em todo país.
De acordo com o relatório, foram identificados quatro grupos no WhatsApp que coordenavam as ações: Intervenção Federal (225 membros), Brasil pelo Futuro (220 membros), Brasil Hoje (254 membros) e Paralisação Nordeste – Maceió (1.200 membros).
Este último chegou a ser bloqueado pelo WhatsApp e um outro grupo reserva foi criado no Telegram, o PN (Paralisação Nordeste) que chegou a reunir 247 seguidores.
“As lideranças são difusas e não há uma centralização de comando entre eles, porém alguns indivíduos se destacam no sentido de prover insumos, meios, organização e incitação para que os atos aconteçam”, diz trecho do relatório que aponta que havia dois tipos de lideranças.
”Parte se reúne, articula e organiza via redes sociais [com maior ênfase no WhatsApp e Telegram, Instagram em menor escala], enquanto uma outra parte articula o movimento in loco, [fazem uso do microfone, tomam a frente de negociações e conversam com a imprensa como líderes]”.
Além de Kayo, Jornandes Brito dos Santos e José Wilson Barboza de Magalhães Junior também atuavam como líderes nos lugares onde ocorriam as manifestações.
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