O Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) ingressou com denúncia – junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) – contra o prefeito afastado de Rio Largo, Gilberto Gonçalves, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, ambos do PP, por campanha antecipada através de outdoors colocados nas proximidades do Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, na divisa entre Rio Largo e Maceió.

A peça é assinada pelo procurador regional eleitoral auxiliar Manoel Antônio Gonçalves da Silva que destacou que, em 27 de julho, portanto, fora do período eleitoral, um técnico do Ministério Público da União tirou fotografias de dois outdoors com a mensagem “parabéns, dep. Arthur Lira pela sua vitória como presidente da Câmara dos Deputados – A União faz a Força”. O texto estava entre as fotos de Gilberto Gonçalves e Arthur Lira.

Segundo o portal Novo Extra, primeiro a publicizar a ação do MP Eleitoral, “os outdoors, de acordo com denunciante, possuíam aproximadamente 9m de largura e 3m de altura e não havia sinais que identificassem a empresa responsável pelo espaço publicitário utilizado. Um deles estaria nas proximidades do Aeroporto Zumbi dos Palmares”.

O procurador regional eleitoral pediu a retirada das placas e o pagamento de multa entre R$ 5 mil e R$ 15 mil aos infratores. “O processo está em tramitação sob número 0601002-24.2022.6.02.0000”.

PINTURA

Na última quinta-feira (8), foi registrado que funcionários da Prefeitura de Rio Largo pintavam a imagem de Gilberto Gonçalves e Arthur Lira dos outdoors que motivaram a ação do MP Eleitoral, numa tentativa de desvincular os dois aliados.

Nas placas pintadas constavam valores que teriam chegado ao município de Rio Largo através de emendas de Arthur Lira. Ao em torno de R$ 40 milhões.

BECO DA PECÚNIA

A relação entre Arthur Lira e Gilberto Gonçalves ganhou o noticiário nacional após a revelação de que suspeita de desvio de recursos públicos por meio de empresas de fachada. Os pagamentos eram feitos em dinheiro vivo numa ruela na cidade de Rio Largo.

O caso se desdobrou na Operação Beco da Pecúnia, da Polícia Federal (PF), que culminou com o afastamento de Gilberto Gonçalves da Prefeitura de Rio Largo.

Alguns vereadores da cidade chegaram a pedir o impeachment do prefeito, mas o caso foi rejeitado pela maioria dos parlamentares.

Segundo investigação, teriam ocorrido possíveis ilegalidades nas contratações e respectivos pagamentos realizados pelo município de Rio Largo, em favor de duas pessoas jurídicas, para aquisições de material de construção, peças e serviços para veículos, as quais teriam recebido do citado município o valor aproximado de R$ 20 milhões.

A PF identificou que, entre 2019 e 2022, foram realizados 245 saques “na boca do caixa” de contas de tais empresas, com o valor individual de R$ 49 mil, logo após terem recebido recursos de contas do município de Rio Largo, visando burlar o sistema de controle do Banco Central/COAF.