Já há algum tempo que o desempenho do Governo do Estado tem ganhado espaço nas discussões entre os vereadores maceioenses, inclusive com debates acalorados entre os parlamentares que apoiam ou não a gestão de Renan Filho (PMDB). No entanto, a Câmara Municipal de Maceió (CMM) é o legislativo da capital alagoana e, em tese, deveria se ater aos problemas da cidade e de sua administração.

Para os vereadores ouvidos pela reportagem da Tribuna Independente não há grandes problemas nessas discussões pelo fato de a CMM ser o parlamento municipal da capital do estado, sede do governo.

Cabe o destaque que a provável disputa em 2018 para ocupar o Palácio República dos Palmares deve ser entre Rui Palmeira (PSDB) e o governador, que tentará a reeleição.

Para o vereador Galba Netto (PMDB), oposição ao prefeito e do mesmo partido de Renan Filho, essas discussões não significam uma antecipação do debate eleitoral de 2018 e não atrapalham o andamento da Casa de Mário Guimarães.

“Não é uma antecipação da eleição de 2018, é uma situação natural porque somos a capital do estado. É aqui que as situações afloram com mais força, por isso as discussões acabam chegando à Câmara que, junto com a Assembleia Legislativa, tem maior destaque por causa da divulgação das sessões. E tem vereadores que se envolvem mais e gostam de dar sua opinião. Isso é normal”, diz Galba Netto.

Já o vereador Eduardo Canuto (PSDB), líder de Rui Palmeira na CMM, considera que há sim uma antecipação do debate sobre 2018 na Casa de Mário Guimarães.

“Quando se manifestam papeis ou funções majoritárias, ficam dois lados em disputa, embora o Rui não tenha se manifestado sobre isso. Já se vê isso nas redes sociais esse e debate tem sido feito aqui também. Temos quatro vereadores do PSDB e quatro do PMDB.  Esses dois partidos são o que têm mais expressividade eleitoral e são os protagonistas do processo político local atualmente”, comenta Eduardo Canuto.

O líder tucano concorda com o peemedebista Galba Netto em relação de que o fato de a Câmara de Maceió ser na capital do estado, os temas relativos ao governo ganham muita repercussão entre os vereadores.

Vereadores reclamam excesso de envios de decretos e portarias

Durante a sessão de ontem (16) na CMM, quase todos os vereadores presentes criticaram a postura da Prefeitura de Maceió de pôr em prática ações por meios de decretos e portarias. Segundo os parlamentares, muitas delas – a exemplo da zona azul – tem gerado cobranças demasiadas à Casa de Mário Guimarães.

Para acalorar ainda mais os discursos, chegou ontem ao plenário da CMM um ofício da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) para uma reunião do Conselho Municipal de Transporte cujo tema era a ampliação da faixa azul, algo que o próprio prefeito já tinha afirmado que não iria ocorrer, para o mesmo dia em que o parlamento convocou uma audiência pública sobre o tema.

Para o vereador Galba Netto, a postura inicial do segundo mandato de Rui Palmeira difere da do primeiro. “Isso até descaracteriza esse mandato em relação ao primeiro. Ele sempre conduziu tudo de forma muito democrática e tudo era encaminhado à Câmara. Esse início de mandato está na contramão do primeiro”.

Já Eduardo Canuto reconhece que essa postura do Executivo tem gerado algumas dificuldades. “O prefeito Rui é um cara limpo e passou incólume pela eleição, mas todos os dias a gente vê noticiário negativo em relação ele por causa de medidas impopulares feitas com decretos que não passaram por aqui. Acredito que haveria menos reveses se muitas questões fossem feitas por projeto de lei”.