Em protesto contra a PEC 287/2016, que trata da Reforma da Previdência, os policiais federais em Alagoas e de todo o país deliberaram na manhã desta quarta-feira (5) o estado de greve da categoria. No Estado, a manifestação foi realizada em frente à sede da Superintendência da Polícia Federal em Alagoas, no bairro de Jaraguá.

Para o Presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Alagoas (Sinpofal), Flávio Moreno, “a reforma da previdência na verdade é o confisco da contribuição patronal ao INSS de 20% sobre a folha de pagamento, das contribuições dos trabalhadores da iniciativa privada e servidores, pois será quase impossível ao trabalhador brasileiro se aposentar ou seu dependente receber a pensão no caso de morte, após 49 anos de contribuição”, afirmou.

Moreno disse ainda que “um governo com nove ministros e um Congresso com centenas de parlamentares envolvidos nas denúncias da Lava Jato e casos de corrupção não tem legitimidade moral e ética para retirar direitos consagrados na Constituição Federal, fazer qualquer reforma nesse país, muito menos promover o apoderamento dos recursos dos brasileiros, para atender interesses dos novos piratas, representados pelos interesses escusos de alguns políticos, bancos e grandes empresas de previdência privada. A Operação ‘Lava Jato’, demonstrou como o interesse da corrupção age contra a Nação. Pedimos à população que pressione os parlamentares de seu Estado para votar contra a reforma da previdência do governo Temer e seus aliados”, disse o presidente do Sinpofal.

(Foto: Sandro Lima)

Flávio Moreno, presidente do Sinpofal

Como em Alagoas, o ato da categoria ocorre em frente às Superintendências da Polícia Federal e unidades policiais em todo o país e conta com a participação de todos os cargos da carreira policial (agentes, peritos, delegados, escrivães e papiloscopistas).

Caravana e participação na greve geral

No próximo dia 18 de abril está marcada uma caravana. Os policiais federais devem chamar para a manifestação toda a categoria, além dos servidores públicos e da população em geral. O dia foi escolhido porque é o primeiro turno da votação da PEC da reforma da previdência.

“Para que estejamos todos no Congresso, centenas de milhares de brasileiros contra esses saques feitos por esses corsários e piratas que estão tentando dilapidar as contribuições dos brasileiros. E dia 28, estamos juntos com as demais centrais sindicais pela greve geral. Temos que combater a PEC de forma integral”, encerrou Flávio Moreno.

Luta por reconhecimento da carreira

De acordo com Flávio Moreno, os policiais federais também estão lutando pelo reconhecimento da carreira.

“Levamos a pauta ao governo, é a carreira meritocrática que deve existir na Polícia Federal, hoje não existe isso. Mas vamos continuar trabalhando, fazendo as operações, os serviços de inteligência para combater a corrupção e o crime organizado. Estamos desde a década de 1940, quando fomos criados, sem atribuições em lei, mas vamos continuar cumprindo nosso papel constitucional”, ressaltou o presidente do Sinpofal.