Polícia
PMs acusados de torturar e matar o jovem vão a julgamento dia 13
Familiares da vítima aguardam com expectativa e cobram justiça para vítima, que desapareceu após abordagem policial

Os policiais militares acusados de torturar e matar o jovem Davi da Silva, em 2014, irão a júri popular depois de 11 anos do crime, na próxima segunda-feira (13), às 7h30, na 8ª Vara Criminal, no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro. O juiz responsável será José Eduardo Nobre.
Os réus denunciados pelo assassinato são Nayara Silva de Andrade, Victor Rafael Martins da Silva, Eudecir Gomes de Lima e Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, que respondem em liberdade.
Há seis anos, a Justiça determinou que o processo seguiria para o Tribunal do Júri. A defesa dos militares tentou, na época, alterar a decisão e também solicitou, por meio de habeas corpus, a revogação das medidas cautelares.
A família de Davi da Silva, que sofre desde o desaparecimento do jovem, vive a expectativa de que a justiça seja feita. “Nós, que somos da família, estamos esperando que os responsáveis pelo desaparecimento do Davi — que, segundo os inquéritos, são os PMs acusados — sejam responsabilizados pelo crime. A justiça, nesse caso, encerra parcialmente um ciclo de sofrimento da família. Parcialmente porque o direito sagrado de enterrar os seus mortos não foi garantido à família. Por outro lado, a justiça deve cumprir a função de evitar que outros crimes como esse aconteçam com os jovens pobres e negros das periferias do Brasil”, afirmou Magno Francisco, primo da vítima.
O Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Zumbi dos Palmares (Cedeca) fez, no início desta semana, uma convocação pública, chamando a sociedade civil e os movimentos sociais para participarem do julgamento. “Este julgamento não representa apenas a busca por justiça para um jovem, mas também para todas as famílias que vivem a dor do desaparecimento e da negligência do Estado. A presença da sociedade é fundamental para garantir transparência e respeito aos direitos humanos”, diz a nota.
O desaparecimento de Davi da Silva ocorreu no mês de agosto de 2014 após uma abordagem policial no bairro Benedito Bentes, onde ele morava. Uma testemunha informou, na época, que o jovem estava com uma pequena quantidade de maconha e foi colocado em uma viatura. Após o sumiço, a família não teve mais informações sobre seu paradeiro. Davi era estudante e ajudante de pedreiro.
No momento da prisão, Davi estava acompanhado de Raniel Victor Oliveira da Silva, principal testemunha do caso, que foi encontrado morto meses depois. Antes de ser assassinado, Raniel havia solicitado sua saída do Programa de Proteção à Testemunha.
Até o momento, as defesas dos quatro policiais não se manifestaram sobre o julgamento.
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