Polícia
Apenas um alvo da ‘Operação Divisas’ não tem antecedentes criminais, diz PF-AL
Somente um cumprimento de mandado ocorreu em Alagoas, em Colônia Leopoldina
Na manhã desta quinta-feira (16), a Superintendência da Polícia Federal em Alagoas realizou entrevista coletiva para apresentar o resultado parcial da ‘Operação Divisas’, ação deflagrada hoje em conjunto com Superintendência de Pernambuco e a Polícia Civil do estado vizinho. Os delegados federais relataram que de todos os oito mandados de prisão cumpridos contra a organização criminosa, apenas um dos suspeitos não tem passagem pela polícia. Nove mandados de busca e apreensão todos expedidos pela 17ª Vara Criminal também estão sendo realizados. Até o momento da coletiva, três suspeitos foram detidos e 12 mandados cumpridos. A quadrilha é suspeita de explosões de caixas eletrônicos do Banco do Brasil e também de assalto à mão armada. 60 policiais participam da operação.
A investigação começou em 2015 para apurar organizações criminosas que foram iniciadas em presídios. Em agosto de 2016, a quadrilha alvo desta operação foi identificada.
A ação da quadrilha foi identificada no caso ocorrido em Colônia Leopoldina, cidade da região da Zona da Mata alagoana que faz fronteira com Pernambuco, em 29 de outubro de 2016. Na ocasião, o grupo criminoso invadiu a cidade, explodiu caixas eletrônicos de agência do Banco do Brasil, efetuou disparos contra o posto da Polícia Militar e fugiu cortando árvores para deixar na rodovia e dificultar a perseguição da polícia.
Mandados estão sendo cumpridos durante toda esta quinta (Foto: Ascom / PF-AL)
Além do caso em Alagoas, o grupo também é apontado como envolvido em ocorrências em Pernambuco, como em Rio Formoso quando, em oito de setembro de 2016, ocorreu uma ação similar à de Colônia; assalto a um posto de combustíveis em Sirinhaém em novembro passado; e assalto à mão armada na casa do chefe de gabinete do prefeito de Ipojuca. Outros casos estão sendo investigados.
O superintendente da PF em Alagoas, Bernardo Gonçalves, destacou que sete dos oito membros da organização são reincidentes. Apenas um não tem antecedentes criminais. “A residência deste era utilizada para guarda dos instrumentos utilizados nessas ações”, afirmou.
Bernardo destacou o ponto negativo de realizar operações como esta, prender envolvidos e vê-los soltos, praticando os mesmos crimes dentro de poucos anos.
“É interessante observar que todos os outros já foram presos pelas diversas polícias, Militar, Civil, foram denunciados pelo Ministério Público, foram condenados por homicídio, por tráfico e novamente se encontram soltos, pretensamente ressocializados. Tem um desses indivíduos, ele pegou 31 anos de prisão por dois processos de homicídio. Ele foi preso em 2005. Em 2015, ele já se encontra solto em regime aberto”, relatou.
O superintendente seguiu seu desabafo: “Até quando a polícia vai ter que prender? Até quando o Ministério Público vai ter que denunciar? Até quando a Justiça vai ter que condenar os mesmos indivíduos? Não é possível uma situação dessas. Não há nenhum sistema de justiça criminal do mundo que consiga funcionar dessa maneira. A polícia está perdendo tempo com indivíduos que deviam estar presos. Eles não estão ressocializados. Um dos maiores problemas é o princípio da ressocialização, ele não funciona. O direito penal precisa ser concebido num sistema punitivo. Não há como conseguir combater a criminalidade, melhorar a segurança pública desse jeito”, encerrou.
Presidente do inquérito revela detalhes das ações
O delegado responsável pelo inquérito, Jorge André Santos, informou que o grupo também se utilizava de grampos metálicos durante suas fugas. Estes grampos eram jogados nas rodovias com objetivo de furar os pneus das viaturas. Antes das explosões, os suspeitos efetuavam disparos nos postos policiais e delegacias para coibir que a polícia reagisse durante o crime.
Grampos metálicos utilizados durante a fuga (Foto: Ascom / PF-AL)
Durante a apuração dos casos, a PF também encontrou evidências de participação da organização criminosa em três homicídios. “Todos esses casos serão encaminhados para as delegacias respectivas, as provas que foram produzidas, para que eles sejam devidamente investigados e processados nas comarcas pertinentes”, afirmou Jorge André.
A única identidade de suspeito revelada foi a de Flávio Roberto Nunes, vulgo ‘Flávio Galego’. Ele é considerado o líder da organização. Flávio já foi detido por homicídio em 2008 e está em liberdade condicional.
Todos os envolvidos são pernambucanos, com exceção de um alagoano. Além dos oito alvos de mandados nesta quinta, outros quatro também são suspeitos, totalizado 12 membros da organização que a Polícia Federal tem conhecimento.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão foram encontradas munições de armas de grosso calibre, dinheiro em espécie, além de material que vai robustecer o processo contra os suspeitos. Os detidos estão sendo encaminhados para o presídio do Agreste, em Girau do Ponciano. O único alagoano, de Colônio Leopoldina, não havia sido detido até a realização da coletiva.
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