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Brasileiro que lutava como voluntário na Ucrânia está desaparecido

Uma família de Laguna, no Sul do Santa Catarina, busca respostas sobre a possível morte de um catarinense na Guerra da Ucrânia. Ele era combatente, após se voluntariar para entrar no exército ucraniano.
Gustavo Viana Lemos tem 31 anos. Ex-militar da Marinha brasileira, ele deixou Laguna em fevereiro deste ano e foi para a Ucrânia lutar na guerra contra a Rússia. O último contato com a família foi no fim de junho, antes de ir para uma missão que o deixaria incomunicável.
"Nesse tempo, a gente estava sem notícia nenhuma. Daí veio um amigo, na segunda-feira [21], falar que ele tinha falecido em missão", disse um familiar, que não quis ser identificado.
Depois que os amigos avisaram da morte para a família, outros combatentes também se manifestaram pelas redes sociais. Gustavo não tinha filhos e vivia com os pais em Santa Catarina antes de partir para o exterior.
Segundo os familiares, ele sempre disse que tinha o sonho de combater em uma guerra. A família foi contrária à ideia de Gustavo, e tentou fazê-lo desistir.
"Sempre falava que era o sonho dele. Inclusive quando começou a guerra lá, ele falou que ia se inscrever, que estava só esperando a aceitação mesmo para poder ir. A gente sabia que não era da boca para fora, que se realmente ele fosse aceito, ele ia mesmo seguir em frente com isso", continuou o parente.
A família do Gustavo tentou contato com o Itamaraty e também com a embaixada brasileira na Ucrânia. Porém, ninguém deu retorno confirmando a morte do catarinense.
Os familiares, por exemplo, não tem informações sobre os pertences do Gustavo ou sobre o corpo dele.
"Como não tem uma confirmação, como a gente não tem corpo, não tem nada, lá no fundo a gente quer que seja mentira, né? A gente ainda espera que ele volte".
Guerra da Ucrânia
O conflito entre os dois países é antigo, mas a tensão aumentou a partir de 2022, quando os russos iniciaram a invasão no território ucraniano. Gustavo não é o único catarinense que atuou na guerra. Everson Mendes, de 25 anos, saiu de Lages, na Serra de Santa Catarina, em 2023.
Atualmente, ele é sargento no exército ucraniano. "Quando cheguei aqui, fui designado para ser médico de combate, que é um soldado que tem equipamentos e treinamento específico para atuar na linha de frente socorrendo outros soldados feridos", explicou.
Não há um número exato de mortes após o início do conflito entre russos e ucranianos. Para a família de Gustavo, o desejo é só que a guerra acabe e que haja respostas sobre o catarinense.
"Ele estava feliz, era o que ele dizia. 'Eu estou feliz aqui, não importa o que aconteça comigo’. Só que muita gente que quer ir para lá não sabe o que realmente está acontecendo. Eles ficam abandonados, o corpo fica abandonado, a família fica sem saber de nada", lamentou.
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