Mundo
Rússia e China vetam resolução em conselho da ONU contra o regime sírio
Conselho de Segurança votou sanções ao país árabe pelo uso de armas químicas
A Rússia e a China vetaram nesta terça-feira (28) no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que tentava impor sanções ao regime da Síria pelo uso de armas químicas no país.
A proposta, que era defendida por Estados Unidos, França e Reino Unido, contou com o apoio de nove países. Outras três nações se abstiveram – Cazaquistão, Etiópia e Egito. Além de Rússia e China, que exerceram seu direito de veto, a Bolívia também votou contra a resolução. Para serem aprovadas, as propostas precisam de nove votos a favor e nenhum veto.
"A resolução é muito apropriada. É um dia triste para o Conselho de Segurança quando os membros começam a dar desculpas para outros Estados-Membros que matam seu próprio povo. Definitivamente, o mundo é um lugar mais perigoso", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley.
Esta é a primeira vez que Rússia e China vetam um projeto de resolução no Conselho de Segurança da ONU desde que o republicano Donald Trump chegou à Casa Branca, em 20 de janeiro.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, havia anunciado mais cedo que a Rússia votaria contra as sanções. Segundo ele, a punição não ajudaria nas negociações de paz. "A Rússia não respaldará nenhuma nova sanção contra a Síria", disse.
Foi a sétima vez que a Rússia, o principal aliado militar da Síria, usou seu poder de veto para proteger o regime de Damasco. A China se uniu à Rússia no veto a seis resoluções sobre a Síria.
Armas químicas
Uma investigação conjunta da ONU e a Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) concluiu que o regime sírio esteve por trás de vários ataques com substâncias proibidas em 2014 e 2015. O governo usou helicópteros para lançar bombas de cloro em povoados dominados pela oposição, dizem investigadores.
No entanto, a Rússia, o principal aliado do governo de Bashar al-Assad, questionou repetidamente a objetividade e o trabalho desenvolvido pelos analistas à frente do caso. O governo sírio nega ter usado armas químicas na guerra, que deixou 310 mil mortos desde março de 2011.
A resolução da ONU colocava sanções a 11 cidadãos sírios, em sua maioria comandantes militares, e a 10 entidades vinculadas aos ataques químicos. O projeto também teria proibido a venda, fornecimento ou transferência de helicópteros e materiais relacionados a eles, incluindo peças de reposição, para as Forças Armadas ou o governo sírio.
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