Interior
Tráfego aquaviário: FPI de Alagoas inspeciona embarcações e competição de canoas no Baixo São Francisco
Fiscalização tem por objetivos proteger pessoas, garantir acesso a serviços essenciais, fomentar economia local, defender meio ambiente e preservar cultura das comunidades ribeirinhas

Em situações de transporte, trabalho e lazer, nem sempre a segurança da navegação é prioridade de quem comanda embarcações. A preocupação com o impacto no meio ambiente, então, passa longe. Diante desse quadro de desatenção com a coletividade, a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco realizou, neste domingo (24), a inspeção naval do tráfego aquaviário no leito do Velho Chico, na extensão compreendida entre os municípios de Piranhas e Traipu, em Alagoas.
Foram inspecionadas as balsas de Pão de Açúcar e de Barra do Ipanema, que são responsáveis pelo transporte de carga, veículos e pessoas entre os estados de Alagoas e Sergipe. Para a prestação de serviço, elas devem observar as Normas de Autoridade Marítima. Ao todo, os agentes da equipe Aquática da FPI fiscalizaram 66 embarcações de empurrador, esporte, pesca, recreio, transporte de cargas e transporte de passageiros.
Em Pão de Açúcar, a FPI orientou participantes de uma corrida de canoas a comunicarem à Marinha do Brasil sobre a realização do evento. Com o conhecimento da competição, a instituição militar pode passar as recomendações necessárias e garantir a segurança dos competidores durante a realização do evento.
O capitão-tenente da Marinha Davidson Juarez explica que a fiscalização do tráfego aquaviário tem como propósito garantir a segurança da navegação, salvaguardar a vida humana e prevenir o rio da poluição hídrica.
“A segurança da navegação é extremamente importante para o Baixo São Francisco por diversos motivos, especialmente considerando que essa região envolve comunidades ribeirinhas, atividades econômicas e um ecossistema sensível. Muitas pessoas vivem às margens do rio e dependem dele diariamente para transporte, pesca e lazer. A navegação segura reduz o risco de acidentes com embarcações, como abalroamentos, naufrágios e afogamentos”, disse o coordenador da equipe Aquática da FPI.
Durante a realização da 15ª etapa da FPI em Alagoas, os militares da Marinha reforçam a necessidade do uso do colete salva-vidas para as embarcações inspecionadas. O maior cuidado na orientação ocorre com as canoas, que é o meio de transporte mais utilizado pelos ribeirinhos.
Transporte este que garante o acesso a serviços essenciais, como os de saúde, educação e abastecimento nas cidades com melhores infraestruturas.
Fomento da economia local
A fiscalização do tráfego aquaviário também fomenta a economia local. Isso porque o Rio São Francisco serve como via para transporte de pessoas e mercadorias, principalmente em áreas de difícil acesso por terra.
Davidson Juarez relata que é comum, nos dias feiras, os moradores dos povoados mais distantes, das cidades com melhores estrutura comercial, utilizarem o rio para comprar os alimentos para sua subsistência.
“Nesse aspecto, a segurança da navegação garante o fluxo regular de atividades comerciais, pesca artesanal e turismo, fundamentais para a economia local”, destaca o capitão-tenente.
Nesse sentido, a Marinha do Brasil, por meio da Agência Fluvial de Penedo, realizou na sexta-feira passada, uma vistoria para regularização do projeto de aquicultura da Associação dos Trabalhadores Rurais Fazenda Nova Esperança, no município de Olho D’Água do Casado. O Ministério da Pesca e Aquicultura também participou da ação.
No dia, foi realizada a inspeção naval do tráfego aquaviário na região dos Cânions do Rio São Francisco, sendo abordadas 78 embarcações.
Capacitação dos aquaviários
A FPI do Rio São Francisco lembra que a Marinha busca capacitar toda a comunidade do Baixo São Francisco, por meio do Ensino Profissional Marítimo. Dentre os cursos ofertados, os que os ribeirinhos mais procuram são Pescadores Profissionais, Marinheiros Auxiliar Fluvial, Marinheiro Auxiliar de Convés/Marinheiro Auxiliar de Máquinas, Marinheiro Fluvial de Convés e Marinheiro Fluvial de Máquinas.
Ao concluírem os cursos, os acadêmicos aquaviários recebem sua Cardeneta de Inscrição e Registro (CIR), tornando-se habilitados para exercerem as funções a bordo das embarcações.
Preservação ambiental e da cultura
Acidentes com embarcações podem causar vazamentos de combustíveis e resíduos no rio, prejudicando o ecossistema aquático. O Baixo São Francisco abriga espécies de peixes, aves e plantas que são vulneráveis à poluição e à degradação ambiental. Assim, uns dos focos durante as inspeções navais é verificar as condições das embarcações inspecionadas, com finalidade de prevenir a poluição do Velho Chico.
O Velho Chico também tem grande importância cultural e espiritual para as populações locais. “Garantir a navegação segura ajuda a manter vivas tradições como festas ribeirinhas, procissões e os modos de vida ligados ao rio”, afirma o coordenador da equipe Aquática da FPI.
Composição
A equipe Aquática é formada por agentes da Marinha do Brasil, que atuam na Agência Fluvial de Penedo. Os militares são responsáveis pela inspeção naval do tráfego aquaviário.
A frente de fiscalização também conta com agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) e Polícia Federal, que atuam no combate à pesca predatória.
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