Interior

Corpo de adolescente é sepultado em meio a homenagens e protestos por justiça

Por Tribuna Hoje com agências 17/05/2025 11h44
Corpo de adolescente é sepultado em meio a homenagens e protestos por justiça
Familiares, amigos e colegas de escola acompanharam o cortejo de Ana Beatriz com balões, camisas personalizadas e faixas pedindo justiça pelas ruas de Porto Calvo. - Foto: Reprodução/TV Pajuçara

Em um clima de profunda tristeza e revolta, a cidade de Porto Calvo se despediu na manhã deste sábado (17) da adolescente Ana Beatriz de Moura, de apenas 15 anos. Ela foi brutalmente assassinada após desaparecer no início de abril. O corpo da jovem, encontrado em estado avançado de decomposição no bairro de Guaxuma, em Maceió, foi sepultado no Cemitério Santa Luzia sob forte comoção de familiares, amigos e moradores da cidade.

O cortejo fúnebre percorreu as ruas com dezenas de pessoas – vizinhos, colegas do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), líderes religiosos e populares – unidos em um último adeus à jovem. Em frente ao cemitério, grupos entoaram hinos da Harpa Cristã, enquanto camisas com a imagem de Ana, faixas com seu nome e balões pretos e brancos traziam à tona o sentimento coletivo de luto e indignação.

Durante a cerimônia, a irmã da adolescente, Camile Moura, fez um desabafo que comoveu os presentes. Em lágrimas, ela afirmou:

“A voz da Ana não vai se calar! Ela vai continuar pedindo justiça!”.

DESAPARECIMENTO

Ana Beatriz havia desaparecido no dia 8 de abril, após sair do Ifal por volta do meio-dia. A investigação da Polícia Civil apontou que ela teria ido ao encontro de um homem de 43 anos, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal. 

O suspeito, que atuava como caseiro em um sítio, está preso preventivamente desde o dia 12 de abril e é considerado o principal autor do crime.

A polícia descobriu que o homem pediu a um conhecido que fizesse uma transferência via PIX para a jovem, alegando que o dinheiro seria para uma das filhas comprar lanche. Na verdade, o valor foi usado por Ana para pagar o mototáxi até o local do encontro.

FALSA GRAVIDEZ

Uma das linhas de investigação sugere que o assassinato pode ter sido motivado por uma possível falsa gravidez. Amigas contaram que Ana falava estar grávida e mostrava-se feliz com a ideia, embora a família não soubesse. O laudo do Instituto Médico Legal, no entanto, não encontrou sinais de gestação.

O reconhecimento do corpo foi concluído nessa sexta-feira (16), após exame de DNA feito pelo Laboratório de Genética Forense da Polícia Científica de Alagoas. As amostras foram comparadas com material biológico da mãe e da irmã da jovem.

A tragédia de Ana Beatriz deixa não só uma família destroçada, mas também uma cidade inteira em choque. A dor do luto se mistura ao clamor por respostas e à exigência de justiça para uma vida interrompida de forma tão cruel e precoce.