Interior

Moradores pedem ao MPF suspensão de extração de areia no município

Por Ricardo Rodrigues - colaborador / Tribuna Independente 05/02/2025 09h23 - Atualizado em 05/02/2025 09h37
Moradores pedem ao MPF suspensão de extração de areia no município
Segundo um dos moradores: “uma piscina olímpica é aberta por dia com a retirada da areia para fechar as minas da Braskem” - Foto: Reprodução

Um grupo de moradores de Feliz Deserto compareceu ontem à tarde ao Ministério Público Federal (MPF) para uma audiência com representantes da Procuradoria da República em Alagoas. Esta é a segunda vez que o MPF recebe denúncias sobre essa demanda.

Segundo a vereadora Tânia Melo (PDT), a comunidade solicitou ao MPF o fim da extração de areia no município, como forma de evitar o acúmulo de prejuízos para os moradores e os empresários locais.

Desde o início do ano passado, a empresa Geomineradora vem explorando areia da região e fornecendo o material para ser usado na operação de tamponamento das minas desativadas da Braskem em Maceió.

“A extração de areia em Feliz Deserto está prejudicando a população do município. A rodovia está completamente esburacada por conta da movimentação de caçambas que levam a areia para Maceió. Por isso, nós estamos aqui para pedir que parem com essa atividade”, afirmou Tânia, dizendo estava ali representando ela mesmo e em defesa da população mais necessitada.

“Estau aqui representando os moradores da cidade de Feliz Deserto, principalmente os mais necessitados”, afirmou Tânia. Ela disse que várias casas da região apresentam defeitos e rachaduras, por conta da mineração predatória de areia a serviço da Braskem.

A retirada da areia de forma desordenada está provocando mudanças na topografia do terreno e formando uma barragem, criada com as águas da chuva, podendo romper e provocar uma tragédia às margens da rodovia AL 101 Sul.

“Uma piscina olímpica é aberta por dia com a retirada da areia para fechar as minas da Braskem em Maceió”, disse um dos moradores que acompanhava a vereadora na audiência no MPF.

Segundo ele, os problemas não se limitam apenas aos perigos na movimentação intensa de caçambas e carretas de Feliz Deserto para Maceió e vice-versa; nem atrapalham apenas o desenvolvimento do turismo naquele trecho da rodovia.

“As implicações vão mais além e envolvem danos ambientais terríveis, já que estão sendo abertas uma piscina olímpica por dia com a abertura de crateras enormes no município, que está incluído na Área de Preservação Ambiental (APA) do Peba”.

Por isso, a vereadora Tânia espera que o MPF tome as providências, com base na denúncia feita pelos moradores e pare de uma vez por todas as atividades de mineração no município.

Nota do MPF

Na tarde desta terça-feira, dia 4, o MPF recebeu representantes de moradores de loteamento residencial localizado no município de Feliz Deserto, que reportaram danos causados a imóveis localizados nas imediações de atividade de extração de areia. O MPF explicou que, apesar de estar em curso uma investigação sobre a regularidade da mineração naquela região, não tinha conhecimento de reflexos da operação em residências. Os moradores foram orientados a formalizar a representação pelos canais oficiais, instruindo-a com as informações e documentos coletados, a fim de que o MPF dê início à apuração dos fatos.