Interior

Seca e calor no Agreste já comprometem a próxima safra de mandioca e abacaxi

Clima quente, com temperaturas variando entre 32 e 36 graus, provoca uma estiagem rigorosa no meio rural

Por Davi Salsa - Sucursal Arapiraca / Tribuna Independente 11/01/2025 15h10 - Atualizado em 11/01/2025 16h31
Seca e calor no Agreste já comprometem a próxima safra de mandioca e abacaxi
Forte estiagem compromete o plantio e a safra no Agreste do Estado de Alagoas - Foto: Secretaria de Desenvolvimento Rural de Arapiraca / Cortesia

As altas temperaturas registradas nos dois últimos meses do ano, no município de Arapiraca e em outras cidades do Agreste alagoano, já comprometem a safra da mandioca, abacaxi e outras culturas na região.

O clima quente, com temperaturas variando entre 32 e 36 graus, provoca uma estiagem rigorosa no meio rural, que estava acostumado com temperatura máxima de 30 graus.

A região produtora está sem receber chuvas há cerca de cinco meses.

A baixa umidade está inviabilizando a evolução do plantio e prejudicando as lavouras. Havia a expectativa de chuvas para o fim de dezembro, mas os produtores agora enfrentam o solo seco e a previsão de baixa produtividade, com perdas significativas da ordem de 30 a 40%.

De acordo com o secretário-adjunto de Desenvolvimento Rural de Arapiraca e engenheiro-agrônomo Josimar da Silva, a falta de água na hora certa reduz a capacidade de desenvolvimento das lavouras, o que reforça a necessidade de chuvas regulares desde a semeadura até o desenvolvimento da planta.

Ele explica que os produtores de abacaxi apostaram no cultivo de mais 500 hectares para a safra 2024/2025. Dessa área, o engenheiro-agrônomo revela que 40% da produção está comprometida por conta da redução do tamanho dos frutos, com prejuízos aos agricultores da região.

Josimar da Silva salienta que a expectativa era de uma colheita de 10 mil toneladas de abacaxi, mas a estiagem já comprometeu mais de 30% da safra deste ano.

Seca e praga do ácaro rajado

Outras culturas também sofrem com o calor intenso na região. O ano de 2025 começa com incertezas para os produtores de mandioca no Agreste alagoano.

Além da baixa umidade no solo, o cultivo da mandioca em Arapiraca e região sofre com a praga do ácaro rajado, que é encontrado na face inferior das folhas, preferencialmente nas partes medianas e basal da planta.

O inseto é uma das principais pragas do cultivo de mandioca, atacando as brotações, gemas e folhas novas da planta, causando amarelecimento, baixo desenvolvimento e queda das folhas, resultando em reduções de produtividade.

Ainda de acordo com o secretário-adjunto de Desenvolvimento Rural de Arapiraca e engenheiro-agrônomo Josimar da Silva, a safra de mandioca no Agreste deve registrar uma queda de 40% na colheita este ano.