O acesso à água é considerado um direito humano, assim reconheceu a Assembleia Geral das Nações Unidas em 2010. Prezar pela oferta tratada e de qualidade também é uma preocupação da 12ª etapa da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) em Alagoas, já que quando contaminada ela pode afetar diretamente a saúde da população.

Com esse intuito, a FPI instalou um laboratório na Secretaria Municipal de Saúde de Santana do Ipanema para inspecionar os sistemas de distribuição das concessionárias de água que atende sete municípios do sertão alagoano. Esse trabalho está sendo realizado pela Gerência de Vigilância em Saúde Ambiental - GVAM e LACEN - SESAU/AL, integrante da equipe de recursos hídricos em parceria com as secretarias de saúde das cidades atendidas pela fiscalização.

"A gente vem com a proposta de inspecionar principalmente os sistemas de distribuição, que são uma modalidade mais complexa de distribuição de água, porque ela envolve uma concessionária e um quantitativo maior da população", explica o coordenador da equipe de recursos hídricos e integrante SESAU/AL.

Até o final da edição deste ano, que se encerra no dia 9 de dezembro, serão coletadas cerca de 150 amostras para saber a qualidade da água dos municípios de Santana do Ipanema, Olivença, Dois Riachos, Ouro Branco, Maravilha, Poço das Trincheiras e Canapi.

Além disso, também é analisado as condições das estações de tratamento de esgoto, se acontece o descarte correto, garantindo à população uma maior qualidade de vida livre de doenças causadas pela contaminação de agentes patogênicos.

"Para a gente da vigilância, o mais importante é analisar como a água está chegando no consumidor. Porque a equipe verifica se ela está chegando dentro dos padrões de potabilidade, determinados pela portaria no 888, de 4 de maio de 2021, do Ministério da Saúde. Ela determina os parâmetros, que são chamados de parâmetros sentinelas, que são três: o cloro, desinfetante, turbidez, e microbiológico", acrescenta o representante da SESAU/AL.

Como é feita a análise?

Após a coleta em campo, a equipe leva as amostras em uma caixa térmica para serem processadas. O processamento ocorre nas análises de turbidez e microbiológicas. No caso do cloro, ele é submetido a análises em campo, já que entre o tempo da coleta e a chegada no laboratório, o resultado pode apresentar alteração.

No país, a legislação que trata da qualidade de água estabelece as diretrizes para o enquadramento dos corpos d'água em classes, de acordo com os seus usos.

Os parâmetros para análise da qualidade da água abrangem aspectos físicos, químicos e biológicos, que incluem temperatura da água, turbidez, cor aparente, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), nitrogênio, fósforo total, coliformes fecais, estreptococos fecais, fitoplâncton e zooplâncton.

Riscos de ingerir água imprópria para consumo

As doenças de veiculação hídrica são aquelas causadas pela ingestão de água contaminada por microrganismos patogênicos. Esses microrganismos podem incluir bactérias, vírus, parasitas e fungos. São elas: cólera, febre tifóide, hepatite A, giardíase, criptosporidiose e esquistossomose.

Quando é realizada a coleta da amostra e o resultado estiver fora dos padrões de normalidade, é feito os procedimentos cabíveis, além da responsabilização da concessionária que está fornecendo água que pode comprometer a saúde dos consumidores.

"A importância do nosso trabalho é a garantia de que a população não adoeça através de agentes patogênicos trazidos pela água. Na verdade, é que a população não adoeça por conta de veiculação hídrica. Quando a gente faz a vigilância do controle da água para o consumo humano, a gente garante ou, pelo menos, busca garantir que a população consuma água dentro do padrão de qualidade", destaca.