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Virginia pode responder por estelionato após CPI das Bets?
Influenciadora de 26 anos não foi indiciada por estelionato e propaganda enganosa, mas caso levanta alerta sobre o impacto das redes sociais na promoção de apostas e a ilusão do 'dinheiro fácil'

Com grandes seguidores vêm grandes responsabilidades. E, no caso de apostas esportivas, a linha entre influência e ilusão pode ser mais fina do que parece. Em um cenário digital onde a promessa de ganhos rápidos é exibida em vídeos bem produzidos, com filtros, sorrisos e gráficos fictícios, muitos jovens, e adultos, mergulham em apostas acreditando que o sucesso é garantido.
Mas quem lucra mesmo com isso? Essa é a pergunta que acendeu o debate no Senado e colocou Virgínia Fonseca, uma das maiores influenciadoras do Brasil, no centro de uma polêmica que vai além dela.
Na última quinta-feira (12), a CPI das Apostas Esportivas, conhecida como CPI das Bets, rejeitou o relatório que previa o indiciamento da influenciadora pelos crimes de propaganda enganosa e estelionato. No entanto, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), autora do pedido de indiciamento, afirmou que encaminhará as conclusões do relatório ao Ministério Público, à Polícia Federal e ao Ministério da Fazenda.
Segundo a parlamentar, Virgínia teria induzido seguidores ao erro ao divulgar apostas por meio de contas demonstrativas, que simulam ganhos irreais, uma prática considerada enganosa por especialistas. “A atuação de influenciadores em redes sociais não é como uma publicidade qualquer. Ela é baseada na credibilidade que deriva de uma suposta atuação real dessas pessoas”, disse Soraya.
Um caso que divide opiniões jurídicas
A repercussão do caso envolve visões jurídicas divergentes. Para o advogado Lucas Fernando Serafim Alves, especialista em Direito Penal Econômico, há espaço para responsabilização.
“O crime de estelionato é caracterizado pela obtenção de vantagem ilícita por meio de meios enganosos. Se ela sabia que as contas eram simuladas e ainda assim promoveu o jogo, pode haver dolo”, explica.
Já o advogado Dinovan Dumas, por outro lado, acredita que o cenário é mais complexo: “É preciso diferenciar intenção dolosa de uma simples ação publicitária. Celebridades não podem ser responsabilizadas automaticamente. Seria o mesmo que culpar o ‘baixinho da Kaiser’ pelo alcoolismo”, provocou.
A defesa de Virgínia
A equipe jurídica da influenciadora se manifestou por meio de nota oficial, afirmando ter recebido com “surpresa e espanto” o relatório da senadora. A defesa reforça que Virgínia não teve intenção de enganar seus seguidores e sempre agiu dentro da legalidade.
Influência que (literalmente) vale milhões
Virgínia Fonseca tem mais de 46 milhões de seguidores, somando Instagram, TikTok e YouTube. Seu alcance ultrapassa o de muitas campanhas publicitárias de televisão.
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