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Seis mentiras e uma verdade de Napoleão, filme de Ridley Scott
Filme está em cartaz nos cinemas, com Joaquin Phoenix como imperador francês
A ascensão e queda do poder, as grandiosas batalhas, o tórrido relacionamento amoroso e até os perrengues pela baixa estatura estão presentes na vida de Napoleão Bonaparte em Napoleão. O imperador francês é vivido por Joaquin Phoenix no longa de Ridley Scott, que passeia pela vida do monarca.
Em cartaz nos cinemas, e com uma versão de nada menos que quatro horas já prometida para o Apple TV+, o filme deu o que falar entre historiadores e fãs da trajetória do militar pelas, digamos, liberdades criativas tomadas por Scott.
Abaixo, o NerdBunker reúne seis situações fictícias do filme que parecem verdadeiras, e uma que você juraria que é mentira, mas que é a mais pura verdade. Confira:
[Zona de Spoilers de Napoleão abaixo]
1- Napoleão e Maria Antonieta
A subida política de Bonaparte começa com a Revolução Francesa, que causa o fim da monarquia e muitas cabeças rolando, incluindo a da rainha Maria Antonieta. A monarca foi executada em praça pública em 1793. Assim como seu esposo, Luís XVI, Maria Antonieta foi condenada à guilhotina e teve a cabeça decepada exposta ao povo, que celebrava.
Apesar do que mostra Napoleão, Bonaparte não estava na Praça da Concórdia e não viu a morte da última monarca. Aliás, o jovem militar estava era BEM distante de todo o fuzuê, cumprindo serviço militar nas terras do sul da França.
2- A bala que matou o cavalo de Napoleão
Uma das primeiras e mais importantes vitórias militares de Napoleão foi a retomada de Toulon. A cidade portuária, que havia se rendido ao comando britânico, foi reconquistada por Bonaparte seus homens em 1793. A batalha rendeu uma promoção ao jovem militar e pavimentou o caminho de Napoleão para a fama entre os altos escalões do novo governo.
Uma das sequências mais tensas do filme mostra o futuro imperador no campo de batalha, quando seu cavalo é atingido em cheio por uma bala de canhão. Após a vitória, Napoleão guarda a bala que matou o coitado do animal como recordação da batalha. Não só nada disso aconteceu, como a montaria do monarca escapou ilesa do campo de guerra. Mas quem quase não teve sorte foi o próprio Bonaparte…
3- Napoleão quase morreu em Toulon
O gênio do combate pode até ter sangrado um monte de britânicos, mas quase partiu dessa para uma melhor em Toulon. Segundo historiadores, Napoleão foi atingido por uma baioneta inimiga na coxa. O ferimento de guerra por muito pouco não custou a vida do futuro imperador, e o caso não é retratado no filme de Ridley Scott.
4- Napoleão e as pirâmides
Uma das cenas mais grandiosas do filme traduz bem a ambição e a cobiça de Napoleão, e as leva a um outro nível. Sedento por poder e território, o militar, de fato, invadiu as áridas terras do Egito, mas não disparou seus canhões nas belas pirâmides do local, como ocorre no cinema.
Na verdade, a batalha foi travada um pouquinho mais longe das estruturas. Segundo historiadores, as pirâmides até podiam ser vistas pelas tropas napoleônicas, mas os canhões franceses sequer teriam poder suficiente para danificá-las à distância.
A sequência foi incluída como um capricho do próprio Ridley Scott, como explica Michael Broers, consultor do filme, em entrevista à Time:
“Scott disse: ‘Quando eu disse que faria Napoleão destruir o topo da pirâmide, você riu, não foi? Pois isso ficará no filme.’”
5- Os filhos de Napoleão
Além da ambição militar do biografado, Napoleão explora também o conturbado romance de Bonaparte com a imperatriz Josefina (Vanessa Kirby). Apesar do desejo avassalador, Napoleão dispensa a amada pela infertilidade de Josefina. Pelo “bem da França”, o monarca se divorcia, alegando que precisa de um herdeiro para continuar suas conquistas.
No filme, a decisão é tomada após a mãe de Bonaparte ordenar que o filho se relacione com uma jovem fértil, o que, de fato, resulta num filho ilegítimo e no fim à dúvida se Napoleão era estéril. Na vida real, no entanto, Napoleão não só tinha diversos casos amorosos, como admite a Josefina, como teve alguns filhos fora do casamento.
6- Um tapinha não dói
Por falar no divórcio, Joaquin Phoenix e Vanessa Kirby colocam as próprias mãos na história ao encenar a separação de Napoleão e Josefina. O casal assina os papéis da separação perante autoridades civis e religiosas da França. Como se o motivo do desquite não fosse humilhante o suficiente, Josefina precisa ainda revelar a infertilidade ao povo francês e leva uma bofetada de Napoleão, que exige que a ex-esposa se exponha pelo bem do país.
Além de não ter acontecido, o tapa veio de um improviso de Phoenix no set. O ator conta que firmou um pacto com Vanessa Kirby para que ambos tivessem a segurança de “surpreender” um ao outro. A tomada acabou indo para a versão final do longa.
7- É mentira? É verdade!
Para ser justo, tem vezes que a realidade é tão estranha quanto a ficção, e com Napoleão Bonaparte não poderia ser diferente. O filme retrata o momento em que o militar toma posse como imperador da França, mas de um jeito único.
Em vez de receber a coroa das mãos das autoridades, Bonaparte toma o acessório e coroa a si mesmo, para uma plateia atônita. Um dos maiores símbolos da ganância e do mito napoleônico, a passagem é recriada com fidelidade por Ridley Scott e companhia.
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