Entretenimento
Ex-dançarina do "É o Tchan" diz que foi humilhada e vai processar o grupo
Joyce Mattos vai entrar com uma ação contra o grupo por dados morais e psicológicos
Parece que o vídeo com o desabado da ex-dançarina do É o Tchan causou uma guerra. Na última sexta-feira (3), Joyce Mattos gravou um depoimento na internet dizendo que era mal tratada no grupo de Compadre Washington. O vídeo viralizou. Agora, Joyce, que trabalhou cinco anos na banda, diz que quer seus direitos.
Segundo Leo Dias (O Dia), Joyce, que ganhava um cachê de R$ 250 a cada apresentação, vai entrar com um processo trabalhista contra a banda. Atualmente, eles faziam média de quatro apresentações por mês. Ela não tinha INSS ou FGTS. Joyce disse à coluna que também vai pedir na Justiça uma indenização por danos morais.
— Eu pretendo entrar com uma ação contra o grupo por dados morais e psicológicos, porque desde quando houve as conversas de desligamento da empresa que eu não durmo. Depois dessa situação do vídeo, eu passei mal na estrada. Quem acompanha minha rede social percebe que eu estou psicologicamente abalada. Eu fui humilhada.
Quanto a repercussão do vídeo, Joyce disse que gravou o depoimento apenas por "segurança" e apenas a filha de Compadre Washington a procurou.
— Ela quis saber o motivo de tanta agressividade com o pai dela. Mas falou educadamente comigo.Eu confiei em uma única pessoa. Mandei o vídeo e disse que era uma prova se alguma coisa acontecesse comigo. Pedi para não enviar para ninguém e acabei sendo traída. Pelo meu vídeo, as pessoas entenderam que houve uma agressão física e não houve. Foi uma agressão moral! Quando Compadre Washington estava incomodado com alguma situação, ele falava isso no microfone para todo mundo ouvir durante o show. Dessa vez, ele mandou a produtora dizer que se nós continuássemos desobedecendo e dançássemos fora da linha demarcada, íamos ser retiradas do palco. Sempre que estava com o humor abalado, ele mandava colocar essa marcação no palco.
A dançarina confirma para o jornal que não pretende retornar ao grupo.
— Eu não quero voltar. Aprendi muitas coisas nesses anos, mas agora eu tiro um peso das costas. São muitos podres que as pessoas não sabem que acontecem ali dentro. Para trabalhar ali, a pessoa precisa se sujeitar a algumas situações. Mas já quero deixar claro que não tem nada a ver com assédio sexual. Eu nunca fui obrigada a ter nada com ninguém. Sou uma mulher casada e entrei na banda de forma honesta. Talvez para eles eu não tenha saído de uma forma honesta porque eu briguei pelos meus direitos. O problema da minha saída não foi o vazamento do meu vídeo. Foi realmente porque eles queriam legalizar as documentações da forma que eles achavam que era legal. Tem muitas coisas nos bastidores, mas meu advogado quer evitar que eu precise me expor ainda mais. Porém, se eu realmente for lesada, tenho fotos, vídeos e gravações de conversas que posso provar as humilhações.
Joyce também deu detalhes da situação que enfrentava ao trabalhar no grupo.
— Eu ganhava um cachê de R$ 250, que não aumentava; quando fazíamos trio no Carnaval, era a única época em que o cachê subia um pouco; ou então, no show do Ano Novo, que acabava dobrando. Mas nas micaretas, por exemplo, dançando em trios que normalmente saem em festivais de cidades: mesmo que a apresentação chegasse a cinco horas, como outro que eu fiz dançando sozinha, porque a outra dançarina estava doente, o valor era de R$ 250, e nada mudava isto.E tem um pequeno detalhe. Muitas coreografias era eu que criava. Porque às vezes chegavam músicas novas, que eles só recebiam, e queriam executá-las no show de última hora. A Batedeira, que é a última música de trabalho do É o Tchan, tem coreografia minha. Tem outras que eu fiz também, mas a que foi o último sucesso nacional, com direito a clipe que também não foi remunerado foi a minha Batedeira.
A morena ainda reclama das responsabilidades que acumulava no dia a dia, sem ganhar nada a mais, segundo ela.
— Eu não recebia por isto, então eu tinha uma função entre astro de coreógrafa, porque durante os trios, e qualquer necessidade de puxadas, ou recordações de coreografias que não eram ensaiadas, eu tinha essa responsabilidade, de executar e tentar fazer com que a outra dançarina pegasse naquele momento, e eu tinha essa função que também nunca foi remunerada, e eu também nunca fui titulada coreógrafa, mas eu tinha esta responsabilidade por minha conta.
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