Economia
Mulheres encontram motivação e rede de apoio ao empreender na Economia Solidária
Mães formam maioria no programa ao criarem oportunidades de renda para flexibilixar a rotina de trabalho

O corredor Vera Arruda recebe a 7ª edição da Feira Itinerante de Economia Solidária até o dia 19 de março, todos os dias, a partir das 16h. A participação no programa se transforma em uma rede de apoio para as mulheres obterem renda, flexibilizar a rotina de trabalho e econtrar ainda um novo propósito de vida.
Luciana Carvalho é mãe de duas crianças atípicas e sempre se interessou por terapia holística. Mas, entre as demandas do trabalho, maternidade e tarefas domésticas, nunca teve tempo de se aprofundar na área. “Eu não aguentava mais conciliar o trabalho CLT, as terapias e as tarefas de casa. Aquilo que sempre recai para as mulheres, né? Vivia uma tripla jornada”, afirma.
Após conhecer o Famílias Atípicas Empreendedoras, rede de divulgação de serviços e produtos oferecidos por famílias atípicas, Luciana se especializou em massoterapia e tornou a atividade sua principal fonte de renda. O grupo é um dos 28 que fazem parte do revezamento de artesãos durante as Feiras Itinerantes do Economia Solidária em Maceió.
De acordo com a coordenadora da Economia Solidária, Salomé Holanda, 97% das pessoas que formam o programa são mulheres, sendo a maioria formada por mães que podem contar com uma escala flexível e rede de apoio acolhedora para conciliar as diversas demandas de trabalho remunerado com os cuidados com a casa e a família.
“A mãe que tem, por exemplo, dificuldade de deixar o seu filho, ela só sai de casa por poucas horas, porque divide os plantões com as demais”. Ela reforça que o programa também incentiva essas mulheres a encontrarem e seguirem propósitos pessoais, que não as reduz somente ao papel maternal.
Para a artesã Sydia Vasconcelos, poder se dedicar ao próprio empreendimento foi um respiro na rotina de cuidados de seus dois filhos pequenos. Há um ano e meio na Economia Solidária, voltar a trabalhar com crochê - técnica que ela aprendeu ainda criança - resgatou a autoestima e o autocuidado que há muito havia se perdido no dia a dia exaustivo.
“Antes de ser mãe, eu paguei minha faculdade de Gestão Fiscal com a renda que consegui com o artesanato. Quando tive os meninos, me dediquei à maternidade e me fechei em casa, tinha pouco contato com o mundo exterior. Voltar a trabalhar foi muito bom para mim”, ressalta.
Nova missão
Maridan Dantas também encontrou no artesanato e na fé em Nossa Senhora, um recomeço. Ela se aposentou após 35 anos trabalhando no varejo, e em meio ao início de um quadro depressivo, recebeu de sua filha mais nova a ajuda que mais precisava.
“Eu ficava em casa sem fazer nada e sentia falta daquela rotina. Foi quando em uma visita, minha filha percebeu que não estava bem e me disse ‘você vai voltar a estudar e quem vai pagar os seus estudos sou eu”, conta.
Na época, ela fez um curso de artesanato e encontrou na arte manual e na fé em Nossa Senhora Aparecida, um novo significado para a vida. A artesã produz imagens personalizadas da santa e outros objetos de arte sacra. “Transmito toda minha gratidão e minha crença na arte”, pontua.
E conclui: “Essa rede de apoio da Economia Solidária é muito importante, porque aqui uma apoia a outra. Sou muito grata à secretaria e a essa iniciativa”.
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