A crescente demanda da China pelo concentrado de cobre, metal essencial na fabricação de componentes para carros elétricos, baterias, painéis solares, entre outros produtos, tem como alvo a compra da Mineradora Vale Verde (MVV), localizada no Povoado Serrote da Laje, no município de Craíbas, a 154 km de Maceió.

Caso seja concretizada a negociação no próximo mês de março, a compra deve ser responsável por uma das maiores transações econômicas este ano no estado de Alagoas.

O grupo chinês Baiyin Nonferrous, maior fornecedor de cobre na China, listado na bolsa de valores de Xangai (e também conhecido pelas iniciais BNMC), está em tratativas para a compra da MVV, empresa pertence ao grupo britânico Appian Capital, braço de fundos de investimentos focados em empresas de mineração.

No início deste mês de fevereiro, mais 9,3 mil toneladas secas (dmt) de concentrado de cobre foram exportadas para o mercado externo via Porto de Maceió, no primeiro embarque deste ano.

Destino

O carregamento com o produto final da MVV foi em direção ao Porto de Qingdao, na China, através do navio Chayanee Naree.

Desde o início das exportações, no ano de 2021, a mineradora atingiu a marca de 300 mil toneladas secas (dmt) de concentrado de cobre enviadas pelos mares via Porto de Maceió.

Com essa mais recente investida, no total, houve envios uma vez para a Polônia, uma para a Índia, nove para a Finlândia e 18 para a China, tendo sido este embarque de janeiro/2025 o 29º da história da mineradora, até o presente momento.

Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDCI) e do Observatório da Indústria, Alagoas foi o 7º estado do Nordeste com mais exportações em 2024, com percentual de 3,63% da demanda de toda a região.

De acordo com o relatório anual do Centro Internacional de Negócios de Alagoas (CIN/AL), da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA) — que distribui informações regulares sobre a Balança Comercial alagoana —, no acumulado do ano de 2024, as exportações alagoanas somaram US$ 900,8 milhões, tendo uma queda de -4,5% em relação ao ano anterior. As importações somaram US$ 865,6 milhões, com um crescimento de 21,34%, apresentando um superávit de US$ 35,2 milhões.

Cidade teve percentual de 28,1% em meio aos municípios exportadores

O município de Craíbas teve percentual de 28,1% em meio aos municípios exportadores, sendo o concentrado de cobre responsável por 20,5% desse mesmo número.

A China é um dos destinos mais evidenciados nas exportações e foi o segundo país que mais recebeu produtos alagoanos, sobretudo o cobre alagoano, com 16,1% das destinações em 2024, e o primeiro em todo o Brasil, com 28%.

Negociações avançadas

Em recente publicação do jornal O Estado de São Paulo, as informações dão conta que o grupo chinês deve pagar o equivalente a US$ 500 milhões (mais de R$ 2,8 bilhões) na aquisição da Mineradora Vale Verde.

Ainda de acordo com o mercado, a aquisição já teria obtido sinal verde no Brasil em dezembro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e esperaria agora apenas a aprovação dos chineses.

Até o momento, a Mineração Vale Verde não se pronunciou acerca das negociações com o grupo chinês.

Craíbas é um dos quatro produtores de cobre no País. A transação com a Baiyin, também conhecida como BNMC, é o principal supridor de cobre na China, listada na bolsa de valores de Xangai.

A Mineração Vale Verde (MVV) inaugurou a sua unidade de beneficiamento de minério de cobre no município de Craíbas, no Agreste alagoano, em junho do ano de 2021.

A empresa é a primeira mineradora do estado e o maior investimento privado dos últimos dez anos, incentivada pelo Governo de Alagoas, por meio do Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas (Prodesin).

Com reservas publicadas de 52 milhões de toneladas de cobre sulfetado, a vida útil da mina do Projeto Serrote, em Craíbas, é estimada com vida útil de 14 anos.