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Impresso resiste aos altos custos

Mesmo com produção atrelada ao dólar, Jorgraf destaca desafios de manter circulação de um jornal impresso diário

Por Redação 02/11/2021 12h01
Impresso resiste aos altos custos
Reprodução - Foto: Assessoria

A produção de jornais impresso tem resistido no mercado da comunicação em todo o mundo. Períodos chaves na história como a Segunda Guerra Mundial, o advento da TV e o surgimento da Internet têm contribuído de forma significativa para modificações no padrão de consumo deste tipo de mídia. Há mais de uma década, o valor de produção tem evoluído consideravelmente, principalmente influenciado pelo preço do dólar que afeta diretamente o custeio dos insumos.

Como explica o jornalista e diretor administrativo da Cooperativa dos Jornalistas e Gráficos de Alagoas (Jorgraf), Flávio Peixoto cada edição da Tribuna Independente – produto pioneiro da cooperativa -, custa o equivalente a R$ 16 mil.

“O custo de colocar um jornal impresso tamanho standard, com 80% das páginas em cor, em média de 20 páginas por edição e com tiragem de 4.600 exemplares é de 16 mil reais por edição”, detalha.

Desde a apuração da notícia, produção do texto, edição, diagramação até chegar às rotativas para a impressão, o jornal demanda uma cadeia de colaboradores e logística envolvidos. Além disso, é preciso considerar custos como locomoção, distribuição e impostos, por exemplo. Flávio Peixoto destaca que 68% do custo do jornal representa matéria prima e a mão de obra.

“Matéria prima e mão de obra representam 11 mil reais. São diversas etapas como o custo de mão de obra, por sofrer reajustes da inflação, logística combustível e circulação no interior do estado. Também precisamos lidar com a variação do dólar por ter as nossas matérias primas todas sendo importadas”, enfatiza.

DESAFIOS

Atualmente, o maior desafio de empresas dos mais variados segmentos e portes tem sido avançar em meio a pandemia e a partir dos efeitos que ela trouxe para a sociedade. Flávio destaca que neste período de 4 mil edições do jornal, um dos maiores desafios foi a pandemia, que impactou no modo de trabalho, na rotina de apuração e na distribuição do produto.

“Ainda em relação a logística, tivemos dificuldade durante o período de maiores restrições sanitárias, em decorrência pandemia, e agora, gradativamente, buscamos retomar distribuição no interior de Alagoas. Seguindo as alterações de fases e obedecendo aos decretos governamentais”, revela.

Se por um lado a pandemia se tornou um desafio atual, há outro ainda mais relevante: a sobrevivência em meio as mídias digitais. O jornalista e diretor ressalta a importância de manter o impresso como um meio de comunicação vivo e dinâmico.

“Uma das principais preocupações para manter o impresso vivo é compartilhar sua marca e conteúdo no universo digital, mostrando dinamismo, credibilidade, sem esquecer o valor documental do registro físico”, finaliza.