Cooperativas

Instituições assinam contrato da construção da Unidade de Beneficiamento do Sururu em AL

Iniciativa faz parte do projeto “Qualificação da Cadeia Produtiva do Sururu”

Por Ascom MPT/AL 03/10/2021 11h45
Instituições assinam contrato da construção da Unidade de Beneficiamento do Sururu em AL
Reprodução - Foto: Assessoria
O Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (Ceasb) e a empresa AL Construções e Consultoria assinaram um contrato, com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), na última segunda-feira (27), que dá início à reforma de um espaço onde será instalada a Unidade de Beneficiamento do Sururu. A recuperação do local faz parte do projeto “Qualificação da Cadeia Produtiva do Sururu”, um modelo piloto de gestão, processamento, aproveitamento de resíduos e comercialização do molusco em Alagoas. O valor total da contratação é de R$ 1.189.224,58, cujo recurso é resultante de acordo judicial firmado entre o MPT e a empresa de telefonia móvel TIM, e homologado pela 9ª Vara do Trabalho da Capital – nos autos da ACPCiv Nº 0001334-72.2012.5.19.0009. O prazo previsto para a conclusão da obra é de 120 dias e cada etapa será acompanhada por perito designado pela justiça. A unidade de beneficiamento será sede da Cooperativa de Trabalho Mulheres Guerreiras (Coopmaris), fundada em 2020 e que reúne 50 marisqueiras da região do Vergel do Lago, em Maceió. O novo local – cedido pelo Município de Maceió, em 2019 - atenderá todo o fluxo de produção do Sururu e contará com espaço de recepção, pesagem e limpeza do molusco; despinicagem; cozimento para desconchamento do Sururu, peneiragem, seleção final e embalagem do filé; congelamento e estocagem; e expedição e transporte para o consumidor. Para a procuradora Virgínia Ferreira, que acompanhou as tratativas com o Ceasb e representou o MPT no apoio ao projeto, a cooperativa representará um passo importante para melhoria das condições de trabalho e incremento da renda das marisqueiras do sururu. “Do trabalho das cooperadas resultará um produto com todas as condições de higiene, certificado pelos órgãos de controle sanitário, apto a ser comercializado diretamente por elas, sem intermediários, para um mercado consumidor que terá acesso a um produto seguro e que faz parte da nossa rica culinária regional”, complementou a procuradora. Já a educadora do Ceasb, Ana Lúcia Menezes, ressaltou que o novo espaço representa um importante marco para recuperar a dignidade do trabalho das mulheres na região. “A unidade de beneficiamento representa um sonho coletivo das marisqueiras que hoje trabalham em condições precárias. É uma justa homenagem e um marco importante no processo de recuperação da dignidade do trabalho dessas mulheres guerreiras que têm sob sua guarda um precioso patrimônio cultural e ambiental do Estado de Alagoas – o sururu. Esperamos que essa iniciativa possa inspirar outras experiências e atraia cada vez mais o olhar cuidadoso dos poderes públicos, protegendo nossas águas, garantindo espaços de produção saudável e o direito ao trabalho decente para as marisqueiras e pescadores”, afirmou Ana Lúcia. O contrato foi assinado pelo coordenador geral do Ceasb, Eduardo Normande; pelo engenheiro Érico Lages, responsável pela construtora contratada; e pela procuradora do MPT Virgínia Ferreira. O projeto “Qualificação da Cadeia Produtiva do Sururu” foi desenvolvido entre 2018 e 2020 pelas ONGs Visão Mundial e Ceasb, com o apoio do Ministério Público do Trabalho e Justiça do Trabalho, e tem a cooperação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Instituto Servir, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), Serviço de Engenharia de Alagoas (Serveal), Centro Universitário Tiradentes (Unit), Cedeca Zumbi dos Palmares, Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), além de arquitetas e engenheiros voluntários envolvidos com a elaboração do projeto. Ações do projeto Além da reforma da unidade de beneficiamento, o projeto contou e contará com oficinas de capacitação, seções educativas com crianças e adolescentes no contraturno escolar, consultoria para o correto processamento do sururu e aproveitamento dos resíduos, além de seminários de encerramento e entrega da condução do processo para a comunidade beneficiada. Uma campanha publicitária também deverá ser criada para estimular o consumo do molusco. Estimativa de produção A Unidade de Beneficiamento do Sururu da Coopmaris foi projetada para garantir trabalho e renda para 50 marisqueiras. O espaço foi dimensionado para viabilizar o processamento diário de 1.800 kg de sururu bruto (sururu na casca), que corresponde a 90 sacos ou latas /dia do sururu, forma como tradicionalmente o sururu é entregue às marisqueiras pelos pescadores artesanais. A meta estimada de produção máxima é de 7 toneladas/mês de filé de sururu processado e certificado.