Cooperativas

Cooperativas financeiras crescem com aumento de crédito e redução de custos aos clientes

Enquanto os bancos tradicionais sofreram retração significativa no ano passado, as coops de crédito goianas avançaram entre 12% e 25%, em plena pandemia. Entre as vantagens oferecidas pelas instituições cooperativas, está a oferta de crédito para empresas

20/07/2021 11h53
Cooperativas financeiras crescem com aumento de crédito e redução de custos aos clientes
Reprodução - Foto: Assessoria

A pandemia de Covid-19 afetou toda a economia em 2020 e o setor bancário foi um dos que sofreram seus impactos. As grandes instituições do Sistema Financeiro Nacional (SFN) sofreram redução de 26% no lucro dos bancos em 2020, comparado com o resultado do ano anterior. Já o cooperativismo de crédito obteve melhoria significativa em seus resultados, a partir de uma oferta de crédito a um custo menor e mais acessível para empresas e pessoas físicas em Goiás.

As cooperativas filiadas ao Sicoob Goiás Central, por exemplo, alcançaram no ano passado a marca de R$ 240,8 milhões em receita e ativo de R$ 3,65 bilhões, crescimento significativo de 25,6% em relação a 2019. A carteira de crédito cresceu 18,4%, para R$ 1,88 bilhão. Os depósitos totais das cooperativas filiadas ao Sicoob Goiás Central somaram R$ 2,40 bilhões em 2020, crescimento de 10%.

Os resultados financeiros das cooperativas filiadas à Central Sicoob Uni no Estado de Goiás cresceram 12% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 281 milhões. No último ano, o número de cooperados dessas instituições chegou ao total de 89 mil, um acréscimo de 16%. As operações de crédito avançaram 43% em comparação com 2019, superando R$ 5 bilhões.

Este aumento na oferta do crédito, vale ressaltar, foi fundamental para a manutenção de milhares de empresas em Goiás impactadas pela pandemia e as medidas de restrição econômica adotadas no combate ao avanço da Covid-19. Presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira comemora o bom desempenho e destaca a importância das cooperativas de crédito.

“Essas instituições têm desempenhado um papel fundamental no setor financeiro brasileiro, atuando de forma altamente profissional, além de balizar os custos financeiros ao oferecer taxas mais competitivas. Com isso, democratizam o crédito, promovem a educação e a inclusão financeira em Goiás e no Brasil”, destaca.

Ganho social

Segundo informações do Sicoob Goiás Central, 2020 foi um ano especialmente desafiador, que mudou o comportamento da Central e de suas singulares. Para continuar fomentando o cooperativismo em Goiás e no Tocantins, os cooperados tiveram um ganho social de aproximadamente R$ 3,8 mil.

Este foi o ganho médio anual, quando comparadas as práticas da cooperativa com o SFN, relacionando soluções, como: taxas de juros, tarifas, serviços do sistema financeiro, cartões, consórcios, depósitos, cheque especial, entre outros.

“Em 2020, mesmo em um cenário adverso para a economia, as cooperativas de crédito, em Goiás e Tocantins, evoluíram nos seus números, reforçando o apoio que prestam às comunidades locais e aos seus associados, cumprindo o propósito de levar justiça financeira aos seus associados”, ressalta Marcelo Baiocchi Carneiro, presidente do Sicoob Goiás Central.

Levantamento realizado pelo Sicoob aponta que, em 2020, cada cooperado ativo, somando os benefícios da precificação mais em conta e do resultado contábil do Sistema, teve um retorno médio de R$ 3,1 mil ao eleger a cooperativa como sua instituição financeira. Apenas os valores economizados na utilização dos produtos e serviços totalizaram R$ 8,3 bilhões. O cálculo foi feito com base na diferença entre os preços médios do Sicoob e os dos players do Sistema Financeiro Nacional.

Por exemplo, quem entrou no cheque especial, ao escolher o Sicoob, pagou 0,78 pontos percentuais a menos na taxa de juros mensal com relação à média do Sistema Financeiro Nacional. Isso representou uma economia de R$ 125,7 milhões para os cooperados no final do período.

Diretor-executivo de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob, Ênio Meinen explica que a política de custos menores nas cooperativas financeiras tem a ver com as características societárias desse segmento, que não visam ao lucro. “Como o usuário dos serviços é também o dono do empreendimento cooperativo, não há porque a margem de contribuição ser expressiva, pois no final o resultado pertence ao próprio cooperado”, frisa.

Segundo o executivo, “a economia com tarifas e juros mais o excedente contábil anual, também compartilhado entre os cooperados, ao lado de benefícios sociais coletivos, compõem o chamado Ganho Cooperativo Agregado, exclusividade desse modelo de negócio”.

Considerando as cooperativas filiadas à Central Sicoob Uni em toda sua área de atuação, este ganho social foi de R$7.121, em média, por cooperado. Ao optar por utilizar os serviços financeiros das cooperativas, o associado deixou de gastar, em média, R$7.121 nas mesmas operações que poderiam ser feitas em um banco tradicional. Além disso, a Central, em parceria com o Instituto Sicoob, impactou 225 mil pessoas com iniciativas voltadas para educação financeira e auxílio à comunidade.

Para 2021, a projeção, seguindo o planejamento estratégico, é crescer 25% em sobras antes do pagamento de juros ao capital. “Em momentos de crise, o cooperativismo é mais percebido como importante alternativa para a sociedade, ao oferecer menor custo e promover a inclusão financeira. E, mesmo com toda a adaptação que enfrentamos, os resultados foram surpreendentemente bons”, destacou o Superintendente de Negócios da Central Sicoob Uni, Marco Moisés Oliveira.