Ciência e Tecnologia
Especialista alerta que erosão na foz de rios está alterando litoral
Segundo Marco Lyra a situação está se agravando cada vez mais

De posse de outra pesquisa onde cientistas identificaram que a erosão está alterando a foz de rios do Nordeste, o engenheiro Marco Lyra, maior especialista em proteção costeira de Alagoas, faz um novo alerta para uma situação que está provocando mudanças em alguns trechos do litoral alagoano, sobretudo na foz do rio São Francisco, mas também em menor escala em rios como o Persinunga, na divisa de Alagoas com Pernambuco e no Tatuamunha, na divisa entre Porto de Pedras e São Miguel dos Milagres.
De acordo com um artigo recente publicado em uma revista científica internacional sobre gestão oceânica e costeira, imagens de satélite feitas entre 1984 a 2021, além dos registros de variação das chuvas, mostraram grandes transformações na foz de três rios do Nordeste: o São Francisco (na divisa entre Sergipe e Alagoas), o Jequitinhonha (na Bahia) e o Parnaíba (entre o Maranhão e o Piauí).
Segundo Marco Lyra, e diante de uma pesquisa internacional, o delta do São Francisco, o maior do Nordeste, por exemplo, que já sofreu erosão severa, com perdas de 15 a 50 metros de solo por ano ao longo dos últimos anos, vai continuar provocando mudanças na região, inclusive na praia do Pontal do Peba. ``Prova disso, é que o povoado de Cabeço desapareceu na foz do rio São Francisco, em Sergipe, no final dos anos 1990. O povoado era um vilarejo de pescadores que foi engolido pelo mar. E mais recentemente, o povoado de Pixaim, nas dunas do lado alagoano, que mudou de local várias vezes nos últimos anos´´ relata o engenheiro.
Os pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte apontam que a erosão nos dois rios está associada à construção das barragens de Xingó - que fica a 180 km da foz do São Francisco - e de Itapebi - a 90 km da foz do Jequitinhonha. Segundo o estudo, a erosão representa riscos para as casas e para as comunidades litorâneas, além de reduzir a quantidade de nutrientes trazidos pelos rios.
Mas para o especialista em proteção costeira, a situação da foz dos rios Persinunga e Tatuamunha, em menor escala, também vem mudando a linha costeira da região, mas nestes dois casos, devido ao avanço do mar, que vem destruindo não somente a praia recreativa, mas afetando terrenos, casas e empreendimentos imobiliários, provocando, segundo ele, enormes prejuízos à economia do mar.
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