Cidades
Policiais acusados de torturar e matar jovem Davi da Silva vão a júri popular 11 anos após o crime
Júri popular deve acontecer no dia 13 de outubro no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro

Após mais de uma década de espera, os policiais militares Nayara Silva de Andrade, Victor Rafael Martins da Silva, Eudecir Gomes de Lima e Carlos Eduardo Ferreira dos Santos, acusados de torturar e matar o jovem Davi da Silva, em 2014, irão a julgamento no próximo dia 13 de outubro. O júri popular será realizado no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, localizado no bairro do Barro Duro, em Maceió.
O processo, que chocou a sociedade alagoana, se arrastava na Justiça desde 2014. A decisão para que o caso fosse levado ao Tribunal do Júri foi tomada há seis anos, mas, desde então, a defesa dos réus tentou reverter a medida judicial e também conseguiu, em determinados momentos, a revogação de medidas cautelares por meio de habeas corpus.
Convocação pública e mobilização social
Nesta semana, o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Zumbi dos Palmares (CEDECA) divulgou uma convocação pública, pedindo a presença da sociedade civil e de movimentos sociais no julgamento. O objetivo, segundo a entidade, é garantir transparência no processo e reafirmar o compromisso coletivo com os direitos humanos.
“Este julgamento não representa apenas a busca por justiça para um jovem, mas também para todas as famílias que vivem a dor do desaparecimento e da negligência do Estado. A presença da sociedade é fundamental para garantir transparência e respeito aos direitos humanos”, destacou o CEDECA em nota.
A sessão será aberta ao público, e a expectativa é de forte mobilização de entidades e ativistas dos direitos humanos.
O caso
Davi da Silva desapareceu em agosto de 2014, após uma abordagem policial no bairro Benedito Bentes, na parte alta da capital. Segundo testemunhas, ele estaria com uma pequena quantidade de maconha e foi colocado dentro de uma viatura da Polícia Militar. Desde então, nunca mais foi visto.
Na época, Davi estava acompanhado de Raniel Victor Oliveira da Silva, que posteriormente foi encontrado morto — ele era apontado como a principal testemunha do caso. O desaparecimento do adolescente mobiliza familiares, organizações da sociedade civil e órgãos públicos até hoje.
Até o momento, as defesas dos quatro policiais não se manifestaram sobre o julgamento. O espaço segue aberto para eventuais posicionamentos.
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