Cidades
Botão de pânico foi acionado três vezes por vítima de Kel Ferreti após saída do influenciador da prisão
Emocional da vítima está

Três vezes em apenas 60 dias. Esse foi o número de vezes que o botão de pânico foi acionado pela vítima de estupro do influenciador digital Kleverton Pinheiro de Oliveira, conhecido como Kel Ferreti, desde que ele deixou o sistema prisional e passou a cumprir pena em regime semiaberto. As informações foram divulgadas neste domingo (6) pelo programa Fantástico, da TV Globo.
Condenado em abril de 2025 a dez anos de prisão pela 4ª Vara Criminal da Capital de Alagoas, Kel Ferreti teve sua pena reduzida para sete anos em agosto e, com isso, passou a ter direito ao regime semiaberto. Desde então, pode circular em festas, bares e utilizar redes sociais, mas está proibido de se aproximar da vítima.
Apesar da medida protetiva, a mulher já precisou acionar o botão de pânico em três ocasiões. O dispositivo é usado para alertar autoridades sempre que o agressor se aproxima, violando as condições estabelecidas pela Justiça.
De acordo com seus advogados, Marcelo Melo e André Sampaio, a vítima está profundamente abalada emocionalmente e ainda tenta se recuperar dos traumas causados tanto pela violência sexual quanto por prejuízos financeiros sofridos em esquemas fraudulentos supostamente liderados por Kel.
“Desde que ele saiu da prisão, ela está muito mais abalada do que estava antes. [...] Ela tem que se reerguer do zero, inclusive financeiramente”, afirmaram os advogados.
O estupro aconteceu em 16 de junho de 2024, em uma pousada localizada no bairro de Cruz das Almas, em Maceió. No processo, a mulher, que terá a identidade preservada, relatou ter sofrido agressões físicas durante o ato, como socos, tapas e estrangulamento. Ela afirmou que tentou sair, mas que o influenciador não cessou as agressões.
Além da condenação por estupro, Kel Ferreti também é investigado por chefiar uma organização criminosa responsável por aplicar golpes financeiros online, por meio de rifas ilegais e apostas no chamado “jogo do tigrinho”. O Ministério Público (MP) aponta que o influenciador liderava um esquema que envolvia lavagem de dinheiro, uso de "laranjas" para ocultação de bens e manipulação de sorteios para enganar apostadores.
O Fantástico teve acesso a áudios em que Kel admite fraudes. Em um dos trechos, ele descreve como reservava bilhetes premiados para evitar que fossem entregues aos vencedores.
“Esse bilhete aqui vale R$10 mil, sendo que a gente reserva o bilhete. Aí o povo fica comprando enlouquecidamente pra achar o bilhete. A gente não dá esse prêmio, entendeu?”, diz o influenciador em um dos áudios.
Em outro momento, ele admite que as rifas são ilegais e que tenta camuflar o nome para evitar complicações:
“Rifa é ilegal mesmo. Por isso eu que evito botar o nome 'rifa', eu falo: 'ação'. [...] Vamos na mente do povo. Eu vou ganhar nos cadastros, na perda e na galera que eu botar dentro."
A investigação identificou que veículos de luxo eram exibidos nas redes sociais por Kel e outros influenciadores como se fossem de sua propriedade, mas estavam registrados em nome de terceiros. O MP pediu o bloqueio de R$ 21 milhões em bens, além de dez automóveis de alto valor.
Em nota, a defesa de Kel Ferreti afirmou que o influenciador “apenas divulga os jogos”, não sendo proprietário de plataformas de apostas. Sobre a acusação de estupro, reforçou sua inocência:
“A função 'empreendedor digital' se resume à divulgação e publicidade, inclusive contratados apenas para tal finalidade, não sendo, de forma alguma, proprietários de qualquer plataforma. Em relação à acusação de estupro, o influenciador repudia com veemência as falsas acusações que lhe foram imputadas, reafirmando sua total inocência. Com isso, confiamos que, em sede recursal, a Justiça reconhecerá a fragilidade da denúncia apresentada.”
A vítima segue sob medidas protetivas e com acompanhamento psicológico.
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