Cidades
Covid: quase 2/3 dos alagoanos passarão festas desprotegidos
Dados da Secretaria de Saúde apontam que apenas 35,6% da população vacinável estão com o esquema vacinal completo

Em Alagoas, com a terceira onda de Covid-19 em 2022, a vacinação continua sendo recomendada pelos especialistas como principal forma de conter problemas mais graves. Às vésperas das festas de final de ano, onde as aglomerações acabam ficando ainda mais intensas, a preocupação é grande. Conforme dados da dos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), quase 2/3 da população vacinável em Alagoas não está com o esquema vacinal contra o novo coronavírus completo.
Cientificamente comprovadas, as vacinas foram as responsáveis pela redução das mortes e internações graves desde que começaram a ser aplicadas. “A vacina não impede você de pegar a doença, impede no caminhar dela, de agravar e precisar de internação”, explica Renee Oliveira, Chefe do Gabinete Covid-19, da Sesau.
Em 2020, quando ainda não havia vacina disponível, a população viveu momentos de terror com hospitais lotados, muitas pessoas de todas as idades e sem comorbidades tendo o quadro agravado e sendo intubadas.
Atualmente, com as vacinas disponíveis para o público a partir dos 6 meses de vida, ainda há pessoas que por algum motivo não tomaram, ou não completaram o esquema vacinal e estão desprotegidas.
Em Alagoas, de acordo com o site da Secretaria de Estado da Saúde, 6.563.450 doses foram aplicadas até o dia 15 de dezembro. Em se tratando de primeira dose, são 78,36% da população total e 84,73% da população vacinável. No entanto, apenas 35,6% dos alagoanos estão com o esquema vacinal completo.
Na capital, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Maceió (SMS), até a última quinta-feira (14) mais de 20% da população vacinável não completou o seu esquema vacinal. Foram 2.270.929 de doses aplicadas, sendo que apenas 785.493 pessoas tomaram a segunda dose e 438.479 chegaram a tomar a terceira. A estimativa da população vacinável (adultos + adolescentes + crianças) segundo a SMS é de 986.388.
Segundo o médico infectologista Renee Oliveira, o vírus vai ficando mais letal com o envelhecimento ou com as comorbidades que cada pessoa possui. Uma pessoa com mais de 80 anos tem dez vezes mais chance de agravar que uma pessoa de 20 que esteja com as três doses da vacina aplicadas.
Acima dos 40 anos, já é recomendado estar com as 4 doses. E em todos os casos, as medidas não farmacológicas seguem sendo uma saída para reduzir a contaminação de muita gente. Mesmo estando vacinadas, pessoas mais velhas ou com comorbidades têm uma possibilidade grande de evoluir com o quadro, por isso ainda é recomendável que se mantenham os cuidados, como usar máscaras, evitar aglomerações e higienizar as mãos.
Volta do aumento nos números do novo coronavírus acende alerta no estado
Os números que voltaram a subir nas últimas semanas têm acendido um alerta na população. Com a nova variante, o Estado já começou a ampliar leitos e as mortes que ficavam zeradas por semanas chegaram a seis em um único dia. A informação sobre isso é clara, “menos de 1% das pessoas jovens e com o esquema vacinal completo tem risco de um quadro mais grave”.
No caso das crianças, ainda há etapas em fase inicial, e muitas mães e pais receosos para vacinar. De acordo com a SMS, apenas 42,62% da população pediátrica entre 5 e 11 anos está com o esquema vacinal completo. Isso significa que quase 60% das crianças estão correndo riscos, e os boletins da Covid têm trazido mortes dessa faixa com certa frequência. Já entre as crianças de 6 meses a 2 anos, cuja vacina começou a ser aplicada há quase um mês, apenas 17 foram imunizadas até o dia 14 de dezembro.
Vale ressaltar que, sem a vacina, crianças estão indo a óbito. Entre 2020 e 2022, 39 crianças com menos de 10 anos perderam a vida para a Covid-19, conforme dados do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Alagoas (Ciesv/AL) de quinta-feira.
O infectologista Renee Oliveira reforça a importância de os pais e responsáveis se conscientizarem sobre a necessidade da imunização dos pequenos. “O Ministério da Saúde disponibilizou para nosso Estado uma quantidade pequena para vacinarmos as crianças que têm problemas de saúde importantes, como as que fazem tratamento oncológicos, que possuem microcefalia, síndrome de Down, entre outros. Mas, com a ampliação do público-alvo, apelamos para que confiem nas vacinas e protejam as crianças contra a Covid-19”, desta.
O uso obrigatório de máscara em ambientes fechados também foi recomendado. “A taxa de transmissão da Covid-19 está altíssima. As pessoas estão pegando o vírus de uma maneira muito fácil e transmitindo também, principalmente, em ambientes fechados. Nossa sugestão é adotem o uso obrigatório da máscara e incentivem os cuidados contra o coronavírus”, salientou o infectologista.
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