Cidades
Maceió: obra de contenção divide opiniões
Serviço para conter erosão marítima na orla começou em agosto com instalação de sacos de areia

A obra para frear a erosão na costa da capital alagoana tem dividido opiniões quanto a sua eficiência entre os maceioenses. O trabalho realizado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) começou em agosto deste ano, com a instalação dos bigbags, em caráter de urgência. No final de novembro, foram iniciadas as obras de contenção definitiva do mar na orla de Maceió.
Ao todo, são 12 pontos de erosão identificados pela Defesa Civil, que vão do Pontal da Barra até a Praia da Sereia, em Riacho Doce.
Para o funcionário público Bruno Medeiros, a instalação dos bigbags, que são grandes sacos preenchidos com areia da praia, implantados um sobre o outro, foi inútil. “O mar levou. Acho que o método adotado foi equivocado. Não sei agora esses blocos. Existem vários lugares no mundo que fizeram contenção e funcionou, como aqui pertinho em Olinda, que tem uma contenção antiga, que deu certo. O ruim aqui é porque a situação não se resolve, é um transtorno para a população, que não é de hoje, faz muito tempo”, afirmou.
O técnico em eletrônica Luiz Antônio também acredita que as obras da Prefeitura não vão resolver o problema do avanço do mar. “Primeiramente, começaram apenas com areia. O mar, uma hora, quer tomar o que é dele. Vão colocar essas pedras, vai ficar bonitinho, mas a tendência é a areia descer todas as pedras, como em outros locais que já colocaram várias pedras, como pedra rachão, como em Paripueira e Barra de Santo Antônio. Terminou, a areia mesmo enterrando aquelas pedras”, disse.
Outro ponto crítico é a orla do Pontal da Barra. As obras por lá tiveram início no mês de outubro. Para a presidente da Associação dos Moradores do Pontal da Barra (Amapo), Maria Lígia, a obra vai solucionar o problema. “Se eles vierem, realmente, fazer a obra definitiva, vai solucionar o problema porque não vai ser um paliativo. Vai ser uma obra com um alicerce, de acordo com a devida necessidade da nossa orla”, afirmou.
“Andamento das intervenções está dentro do estabelecido”
De acordo com a Seminfra, o andamento das intervenções na orla está dentro do prazo estabelecido e a utilização dos bigbags ocorreu como uma medida provisória até que estudos técnicos fossem realizados para obtenção de uma solução definitiva de contenção do avanço da maré.
“Os bigbags estão sendo retirados da localidade, conforme há o andamento da obra definitiva, que consiste na instalação de blocos de concreto de alta tecnologia capaz de conter a erosão no local”, diz trecho da nota.
Ainda segundo o órgão, a obra foi iniciada no bairro da Jatiúca, por ser o ponto mais crítico, mas, a cada conclusão, ela prosseguirá para outros pontos da orla marítima, a exemplo de Jacarecica e Praia da Sereia, que terá metodologia semelhante, com aplicação de anéis de encaixe.
Para o ambientalista Alder Flores, o ideal seria o método de engorda de praia, mas acredita que essa obra também seja eficiente e mais barata. “O método ideal seria a engorda de praia. No entanto, isto não é tão fácil porque a areia tem que ter uma granulometria e densidade de segmentos adequados à energia daquela praia. E é muito caro, tanto a prospecção quanto a retirada do material. Engorda de praia já foi feito em outros lugares do Brasil e são obras que são eficazes. Há uma diferença entre uma obra de engorda de praia e uma obra de engenharia civil pontual. Imagino que essa obra seja também eficiente e mais barata do que a engorda de praia”, disse.
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